Para que ninguém se perca

Crónicas 13 abril 2018  •  Tempo de Leitura: 2

"Jesus disse: «Fazei sentar as pessoas.» Ora, havia muita erva no local.

Os homens sentaram-se, pois, em número de uns cinco mil.

Então, Jesus tomou os pães e, tendo dado graças,

distribuiu-os pelos que estavam sentados,

tal como os peixes, e eles comeram quanto quiseram.

Quando se saciaram, disse aos seus discípulos:

«Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca»"

 

João 6,10-12

 

É esta a lógica de Jesus: que ninguém passe fome. 

É esta a grande vontade que Ele tem, que todos possam vir até junto de Si para que entendam que Ele é o verdadeiro Pão e a verdadeira bebida. 

O que Jesus ofereceu e continua oferecer vai muito para além de um alimento físico. Ele bem sabe que o Homem necessita do Pão, mas apenas usa isso como meio de chegar mais próximo da humanidade e das necessidades existentes em cada vida. Nunca é ao calha esta sua fixação por juntar tudo e todos à volta de uma refeição. Não é por mera teimosia que Ele deixou que o Seu maior memorial fosse à volta de uma mesa.

Jesus tinha bem presente esta necessidade de que ninguém se perdesse. De que ninguém se sentisse apartado. De que ninguém se sentisse perdido e desesperado por causa das coisas do mundo. De que ninguém se sentisse indigno da Sua partilha, da Sua entrega e do Seu amor. 

É ali no acolhimento que surge todo o Seu verbo. Jesus é o Verbo encarnado, porque toda a Sua palavra tem Ação. 

Jesus, dando Graças, entra na graça de cada um. É com este conhecimento da relação genuína, pura e simples que Ele vai marcando a Sua divindade.  

Primeiro reúne, senta-Se, alimenta e alimenta-Se para depois penetrar no olhar de cada um. 

Jesus procede desta forma para que ninguém se esconda. É o Seu amor que vai escancarando as portas de cada um. É o Seu amor que vai abalando todas as vidas dando testemunho de um Deus que alimenta, sempre e de qualquer jeito, todo aquele que se deixa conjugar pelo Verbo.

É Jesus que continua, hoje, a reunir tudo de nós, por mais insignificante que seja, para que nada se perca e tudo se possa transformar. É Jesus que nos continua a "cristificar" para que a nossa vida seja para sempre uma conjugação intemporal. 

Nasceu em 1994. Mestre em Psicologia da Educação e do Desenvolvimento Humano. Psicólogo no Gabinete de Atendimento e Apoio ao Estudante e Coordenador da Pastoral Universitária da Escola Superior de Saúde de Santa Maria. Autor da página ©️Pray to Love, onde desbrava um caminho de encontro consigo mesmo, com o outro e com Deus.

 

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