Livro da semana: «A Verdade é um encontro: Homilias em Santa Marta»

Livros 23 janeiro 2019  •  Tempo de Leitura: 7

Sinopse:

 

O livro desta semana permite-nos conhecer as sínteses das homilias que o Papa Francisco fez durante um ano na capela de Santa Marta. Esta obra tem o prefácio do Director Geral da Rádio Vaticana, Padre Frederico Lombardi, e uma análise introdutória às homilias pelo Padre Antonio Spadaro, Director da Revista Civiltà Cattolica, coordenador deste livro.

 

Na introdução, Antonio Spadaro ajuda-nos a perceber e a contextualizar como decorrem as eucaristias matinais do Papa Francisco, quando diz: “Aquela Missa, com efeito, tem um carácter «familiar» para o Papa (…) não se trata de uma celebração a «transmitir», mas a «partilhar» de modo físico e direto, não integralmente reproduzida pelas tecnologias da comunicação, como acontece com muitas outras celebrações mais oficiais. Assim, é necessário ter em conta o carácter que o próprio Santo Padre atribui a esta celebração matutina. O grupo de fiéis presentes não é muito grande – somando, geralmente, cerca de cinquenta pessoas –, e o Papa pretende manter o carácter próprio deste encontro. Por essa razão, não obstante os pedidos que tem recebido, manifestou expressamente o desejo de que não seja transmitido em direto.”

 

Podemos constatar, através das palavras de Spadaro que: “as homilias de Santa Marta encerram mensagens fortes, muitas vezes denúncias e também «advertências» precisas. Todavia, a linguagem é sempre positiva. É essa outra característica das suas homilias matinais. O Papa não diz aquilo que não se deve fazer, propondo antes aquilo que podemos fazer ou fazer melhor. (…) Nisso se revela como pastor que indica o caminho ao seu rebanho.”

 

Para Spadaro, não se devem ler as homilias do papa Francisco na capela de Santa Marta como “parágrafos e capítulos de um discurso único que, portanto, se pode organizar por temas e argumentos. (…) O Pontífice segue as leituras do dia, entra na dinâmica da Liturgia da Palavra e não desenvolve «discursos» baseados num tema. A única ordem a considerar, portanto, é cronológica. (…) O único modo correcto de proceder é o de sondar, construir percursos, traçar mapas para descrever um pensamento espontâneo e dinâmico que prescinde do caracter sistemático porque se confronta com duas dinâmicas: a da vivência espiritual e a da própria liturgia.”

 

Assim, o coordenador desta edição propõe uma reflexão em “cinco binómios, tentando construir um percurso de leitura possível, provisório e certamente não único: a luta e o desafio, o desejo e a ternura, a fé e a ideologia, o espírito e a organização, o caminho e a caminhada. Penso que estes binómios podem ser úteis ao leitor para fazer uma ideia dos territórios atravessados pela pregação bergogliana de Santa Marta.”

 

O Papa Francisco prepara as suas homilias a partir de quatro requisitos “«estudo, oração, reflexão e criatividade»”, como podemos ler nos excertos da homilia – “Deixemo-nos amar pela ternura de Deus” –, de 7 de Junho de 2013 que apresentamos a seguir:

 

“«Ternura! O Senhor ama-nos com ternura. O Senhor conhece aquela bela ciência das carícias, aquela ternura de Deus. Não nos ama com palavras. Ele aproxima-se – proximidade – e dá-nos esse amor com ternura. Proximidade e ternura! Estas duas formas do amor do Senhor que se faz próximo e que dá todo o seu amor mesmo através das coisas mais pequeninas: da ternura. E esse amor é forte, porque a proximidade e ternura fazem-nos ver a força do amor de Deus.»”

 

“«Mais difícil do que amar a Deus é deixarmo-nos amar por Ele! A maneira de retribuir tanto amor é abrir o coração e deixarmo-nos amar. Deixar que Ele se faça próximo de nós e senti-lo próximo. Deixar que Ele se faça terno, nos acaricie. Isto é muito difícil: deixarmo-nos amar por Ele. E talvez seja isso que devemos pedir hoje na Missa: “Senhor, eu quero amar-te, mas ensina-me a difícil ciência, o difícil hábito de me deixar amar por ti, de te sentir próximo e de te sentir terno!” Que o Senhor nos dê essa graça!»”

 

 

Informação sobre os autores:

 

Jorge Mario Bergoglio nasce em Buenos Aires, a 17 de Dezembro de 1936. Aos 21 anos ingressa como noviço na Companhia de Jesus. É licenciado em Filosofia, sendo ordenado presbítero em 1969, bispo de Auca em 1992, arcebispo de Buenos Aires em 1998, feito cardeal em 2001, e a 13 de Março de 2013 é eleito Papa, adoptando o nome de Francisco. Títulos relevantes publicados sobre este Papa pela Paulinas Editora: “Papa Francisco – conversas com Jorge Bergoglio (2013); Francisco – pastor para uma nova época (2013); A lista de Bergoglio – os que foram salvos por Francisco durante a ditadura (2013).

 

António Spadaro nasce em Messina em 1966. É jesuíta, Director da Revista La Civiltà Cattolica, é docente na Universidade Pontifícia Gregoriana, consultor do Conselho Pontifício para a Cultura e do Conselho Pontifício para as Comunicações. Outros livros deste autor publicados pela Paulinas Editora: Ciberteologi@ - pensar o Cristianismo na era da internet (2013); O sonho do papa Francisco – os jovens no coração da Igreja (2014); Temos de ser normais – em conversa aberta com António Spadaro (2014).

 

Índice: Prefácio - Frederico Lombardi | Introdução e edição – Antonio Spadaro | [Homilias] 25 de Março 2013 a 20 de Março de 2014.

 

Público-alvo: Jovem/Adulto

 

Ficha técnica:

Título – A Verdade é um encontro: Homilias em Santa Marta | Autores – Antonio Spadaro; Papa Francisco| Editor – Paulinas Editora, 1 ed. Outubro 2014, págs. 568 | ISBN: 978-989-673-411-4.

Agostinho Faria

Redator Livros

Licenciado em Comunicação Social e Cultural. Pós-graduado em Ciências da Informação e da Documentação. A viajar no surpreendente mundo novo das Paulinas Multimédia Lisboa.

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