Não se iluda, há muita gente a fingir!

Cara amiga,
 
Não se submeta à opinião que os outros têm sobre si, coloque-se acima disso. Oiça apenas quem lhe quer bem. O que importa é o valor das nossas ações, não o que os outros possam pensar a respeito disso. Aliás, uma boa ação será ainda melhor se ninguém souber dela.
 
As opiniões são quase sempre soltas, leves e passageiras. Aparecem e desaparecem sem grandes porquês. Quem ama, ama, e não deixará de amar por causa de uma qualquer história mal contada. Se isso acontecer, é prova de que não amava. Quem não nos estima, por mais que se lhe apresentem factos, não mudará a forma como sente e… ressente.
 
Todos imaginamos coisas uns dos outros, a partir do pouco que sabemos. O que importa é ter consciência disso, sabendo que a tendência é repararmos apenas no que confirma as nossas ideias, ignorando tudo o que as contradiz.
 
Não se iluda, há muita gente a fingir – buscam tanto agradar aos outros que se esquecem de si... e não há caminho mais rápido para a solidão do que a mentira. As aparências iludem e, depois, desiludem. Sempre. Em primeiro e último lugar ao seu autor.
 
Cada um de nós tem os seus talentos. Seja autêntica, cuide dos seus dons.
 
Quem não cultiva o seu valor, ficará sem ele, porque o deixará morrer. Se ainda não encontrou o seu talento, não será porque ele não existe, mas porque está a querer encontrá-lo onde ele não está. Não temos os dons que queremos, apenas os que nos foram dados.
 
Acredite. Partilhe. Escute o seu amigo, mais ainda quando estiver a doer. Aperfeiçoe-se.
 
Um amigo não serve para partilharmos apenas alegrias e sucessos. A prova de que o estimamos é confiar-lhe também os nossos erros, tristezas e desventuras, e escutá-lo mesmo quando isso nos estiver a doer.
 
Diga a verdade com clareza e tranquilidade. Oiça os outros, pois não há ninguém com quem não se possa aprender. Evite apenas os barulhentos, mas de forma que não percebam… não grite enquanto se afasta!
 
Seja bela, não minta. Menos ainda em relação a sentimentos. Não se permita, jamais, deixar de ser quem é.
 
Diga a verdade. Afugentará os que a desprezam, ao mesmo tempo que atrairá a si quem reconhece o a importância e a luz da bondade.
 
Se assim fizer, terá poucos amigos, mas bons (um só basta para viver!). Nunca mais estará sozinha. Mesmo que esteja sem ninguém ao seu lado... estará sempre em boa companhia!
 
Obrigado e peço que se lembre de mim nos seus silêncios.
 
 
 
 
 
[ilustração de Carlos Ribeiro]

 

José Luís Nunes Martins

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