Às Mulheres Ucranianas e não só…

Crónicas 8 março 2022  •  Tempo de Leitura: 2

Não sei onde li esta definição de Mulher do Papa Francisco. É terna, comovente e verdadeira. Por essa razão, partilho: "As mulheres são amáveis, educadas, finas e delicadas. Certamente, nada fracas. Têm a capacidade de olhar com o coração e de manter juntos o sonho e a realidade."

 

Pensar a minha mãe, as minhas avós e tantas outras mulheres a quem devo o que sou, é pensá-las assim, combativas, emotivas, generosas…

 

Mas hoje, 8 de março de 2022, quero dedicá-lo às mulheres ucranianas que lutam, resistem, fogem, morrem, dão à luz, ajudam; às mulheres russas que saem às ruas com cartazes pedindo a paz; a todas as mulheres que demonstram, com palavras e atos, que dizem "Não!" à lei do poder, do dinheiro, da conquista, do abuso: à lógica da morte. 

 

As primeiras vítimas de qualquer guerra são as mulheres e as crianças. Ainda que nos livros de história tenham pouco espaço, os meios de comunicação social fazem-nos chegar inúmeras imagens de mulheres com os seus filhos e os seus rostos.  Recordemos o Kosovo, o Ruanda, a Síria, o Afeganistão…

 

Nos seus olhos leio a pergunta estupefacta, muda, silenciosa: "Por quê?", como se a guerra fosse uma linguagem incompreensível, que nada tem a ver com a realidade quotidiana, de bebés ao peito, trabalho, amigos, sonhos…

 

Hoje, 8 de março de 2022, é em fuga com os seus filhos na tentativa de chegar à outra europa, que milhares de ucranianas vão viver o Dia Internacional da Mulher. Segundo o ACNUR, mais de um milhão de pessoas já fugiram da Ucrânia, principalmente mulheres e crianças. Homens entre 18 e 60 anos não podem sair do país porque são chamados a pegar em armas. Assim, as mulheres cumprimentam os filhos mais velhos, maridos, pais, irmãos e amigos na fronteira, e embarcam, junto com os pequenos e os idosos, na aventura de encontrar um lugar seguro longe de tiros e bombas.

 

Mulheres que estão a pagar um preço indescritível de dor e angústia pelos seus filhos, maridos, amigos, por todo o povo ucraniano.

 

Na Ucrânia não há celebração, há morte.

 

Rezemos pela Ucrânia.

Licenciado em Teologia. Professor de EMRC. Adora fazer Voluntariado.

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