Papa lança um apelo para o fim imediato da violência na Síria

Vaticano 26 fevereiro 2018  •  Tempo de Leitura: 3

O Papa Francisco lançou este domingo “um apelo para que cesse imediatamente a violência” na Síria e se permita a entrega de ajuda humanitária ao país, em particular na região de Ghouta Oriental, visada pelos ataques aéreos do regime sírio.

 

Na sequência da decisão do Conselho de Segurança da ONU, que aprovou no sábado um cessar-fogo humanitário por um mês na Síria, o Papa também exprimiu a necessidade de se retirarem feridos e doentes dos territórios afetados pelo conflito.

 

“Envio um apelo urgente para a cessação imediata da violência, para que seja dado o acesso à ajuda humanitária – alimentos e remédios – e se retirem os feridos e os doentes”, disse Francisco, logo após a oração do Angelus, na praça de São Pedro. “Nestes dias, os meus pensamentos estão muitas vezes voltados para a Síria amada e martirizada, onde a guerra está de volta, especialmente em Ghouta Oriental”, disse o Papa.

 

“Este mês de fevereiro foi um dos mais violentos em sete anos de conflito: centenas, milhares de vítimas civis, crianças, mulheres, idosos; hospitais foram afetados, a população não pode mais procurar comida (…). Tudo isso é desumano – não se pode combater o mal com outro mal”, afirmou Francisco.

 

As forças do Governo sírio retomaram os bombardeamentos e ataques de artilharia contra a região de Ghouta Oriental, um reduto da oposição nos arredores de Damasco, horas depois de a ONU ter exigido um cessar-fogo.

 

Hoje de manhã, houve dois bombardeamentos na localidade de Al-Shifunia, enquanto forças leais ao Presidente sírio, Bashar al-Assad, lançaram mísseis sobre Harasta, Kafr Badna e Yisrín, informou a organização não-governamental Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

 

O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou na noite de sábado uma resolução em que todas as partes em conflito devem cessar as hostilidades durante 30 dias em todo o país, incluindo em Ghouta Oriental.

 

No entanto, a resolução exclui do cessar-fogo os grupos Estado islâmico (EI) e a Organização de Libertação do Levante, uma aliança criada em torno da Frente de Al-Nusra, o nome da antiga filial síria da Al-Qaida que, de acordo com o Governo sírio, está presente em Ghouta Oriental.

 

Os principais grupos rebeldes que controlam Ghouta Oriental comprometeram-se a respeitar o cessar-fogo humanitário exigido pela resolução do Conselho de Segurança da ONU.

 

Numa semana de intensos ataques aéreos, artilharia e mísseis, a região registou a morte de pelo menos 510 pessoas, incluindo 127 menores, de acordo com os últimos números divulgados pelo Observatório.

 

Observador]

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