AIS: Venezuela, grito de desespero. Milhares de pessoas passam fome
A crise está a atingir proporções terríveis. A inflação deve atingir este ano 13 mil por cento. Nem dá para imaginar o que isto significa de pobreza, de miséria absoluta. De fome. Na Venezuela, milhares de pessoas estão em desespero total. Muitos são portugueses. Na Venezuela, a Igreja procura ajudar os mais pobres dos pobres. E precisa muito de ajuda. A Fundação AIS lançou uma campanha de emergência…
Na Venezuela o dinheiro deixou de ter valor. É apenas papel impresso. A Inflação destrói todas as economias. O FMI calcula que, este ano, a inflação possa atingir os 13 mil por cento. Um valor absurdo que diz bem da miséria a que se chegou. Na Venezuela cresce, de dia para dia, o número de pessoas atingidas pela fome com o país a atravessar provavelmente a crise mais grave da sua história. Tem sido a Igreja, através de diversas estruturas e organizações, a providenciar a ajuda de emergência para as populações mais afectadas. Uma dessas organizações é a Fundação AIS. Juntamente com a Caritas Venezuela, a Ajuda à Igreja que Sofre lançou a campanha “uma panela cheia” com o objectivo de alimentar as famílias em situação mais desesperada… Cada “panela de cheia” é uma verdadeira cantina. No conjunto, estas “panelas” já se traduziram em refeições para cerca de 15 mil pessoas. Mas isso é muito pouco, é quase apenas uma gota de água no oceano da miséria que se vive na Venezuela. Por isso, a Fundação AIS tem como objectivo duplicar o número de refeições até ao final do corrente ano. Mas, mesmo assim, não chega. É preciso apoiar o esforço directo que se está a fazer em cada diocese, em cada paróquia, em cada movimento para que não se morra de fome na Venezuela neste ano de 2018…
Leite ao preço do ouro
As televisões mostram uma Venezuela em fúria, com os protestos das populações que encontram as prateleiras vazias dos supermercados e não têm como calar o choro dos seus filhos que pedem comida. Segundo o Arcebispo de Caracas, Cardeal Jorge Urosa Savino, a situação é “muito séria”. Estamos a viver, diz, uma “tragédia terrível” com o aumento incessante do número de pobres. Mesmo para os que há alguns anos pertenciam à chamada classe média, os dias que correm são de absoluta miséria. Para se compreender a tragédia em que se encontra a Venezuela, refira-se apenas como exemplo que um quilo de leite em pó custa mais do que o salário médio mensal, que corresponde a cerca de 3 euros.Um cabaz básico para alimentar uma família custa o equivalente a 50 salários mínimos. Perante este caos absoluto, que fazer? A Fundação AIS é das instituições que, a nível internacional, mais se tem mobilizado em favor do povo venezuelano. Quase todos os dias, a Fundação AIS recebe relatos de sacerdotes, de bispos e de irmãs que são a expressão de um povo de mãos estendidas, de um povo que passa fome e que vê o seu futuro cada vez com maior apreensão.Da Venezuela chega-nos um grito de desespero. Milhares de pessoas, milhares de famílias, passam fome, não têm acesso a medicamentos, a nada… estão na indigência absoluta. Pedem-nos ajuda. A Fundação AIS lançou, a nível internacional, uma campanha de emergênciapara alimentar as populações mais empobrecidas, os que estão absolutamente de mãos vazias. Na Venezuela vivem milhares de portugueses e de luso-descendentes. Muitos dos que suplicam por um pouco de pão fazem-no na nossa língua. Vamos ajudá-los?