«The Two Popes». Onde acaba a realidade e começa a ficção?

Notícias 31 dezembro 2019  •  Tempo de Leitura: 3

O filme "The Two Popes" ("Dois Papas", em português), que explora os meses que antecederam a resignação do Papa Bento XVI e a relação com o então cardeal Jorge Mario Bergoglio, que viria a ser eleito Papa em 2013, estreou na Netflix, no dia 20 de dezembro.

 

 

Inspirado em eventos reais, o filme mistura eventos históricos com ficção e tem causado muitas discussões acerca de onde acaba a realidade e começa a imaginação do argumentista. Dissecamos o filme e fomos aos recortes da história recente da Igreja Católica para "separar as águas".

 

Se não viu o filme, o melhor é não se aventurar já neste artigo, que contém spoilers. E não são poucos. Bastantes.

 


O Cardeal Bergoglio disputou o conclave de 2005 com Ratzinger?

 

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Sim, o cardeal Bergoglio foi o maior "rival" de Ratzinger na terceira votação do conclave de 2005. O cardeal alemão estava a cinco votos de atingir a maioria de 77 necessária; Bergoglio recebeu 40 votos nesta votação.

 

Mas o cardeal argentino acabou por incentivar outros a apoiar Ratzinger, assegurando a sua eleição.

 

 


Jorge Bergoglio e Bento XVI encontraram-se para discutir a reforma de Bergoglio?

 

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No filme, o Cardeal Bergoglio, ao aproximar-se dos 75 anos de idade, encontra-se com o Papa Bento XVI na sua residência de Verão, em Castel Gandolfo, no outono de 2012.

 

No filme, Bergoglio quer resignar em protesto contra o conservadorismo com que Bento XVI está a conduzir a igreja. Mas Ratzinger, para prevenir um escândalo, recusa.

 

Este encontro não aconteceu na realidade. Os dois Papas encontraram-se em Castel Gandolfo, mas só quando Bergoglio já era Papa.

 

Isto não significa que eles nunca se tenham encontrado no Vaticano antes da resignação do Papa Bento XVI. Provavelmente conversaram quando os bispos argentinos faziam a sua visita “ad limina” - uma obrigação dos bispos diocesanos e outros prelados da Igreja Católica, de a cada cinco anos se encontrarem com o Papa, ao visitar os túmulos dos apóstolos São Pedro e São Paulo, em Roma.

 

Ao jornal norte-americano USA Today, Fernando Meirelles garantiu que “os dois Papas encontraram-se realmente três vezes antes de o Papa Francisco ser eleito”.

 

Sobre a vontade de Bergoglio de se reformar, fontes próximas do cardeal dizem que fazia intenções de apresentar a sua renúncia e, quando esta fosse aceite, de dedicar-se a uma paróquia e à oração.

 

 


 

Os Papas realmente partilharam pizza e Fanta?

 

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