AIS: Os “anjos” de Alewa Luka
É jovem ainda, mas revela já uma enorme maturidade. Alewa Richard Luka é seminarista na Diocese de Pankshin, no centro da Nigéria, e tem um sonho: quer ser padre. Um sonho que começou a crescer na sua imaginação ainda criança sempre que algum sacerdote visitava a aldeia. Para ele, ainda criança, aqueles homens de vestes brancas pareciam-lhe verdadeiros anjos. E queria ser como eles.
A história de Alewa Richard Luka não é simples. Quando anunciou que queria ser padre, desencadeou um autêntico terramoto lá em casa. Os tios, protestantes, ficaram horrorizados com a ideia, e quando o pai morreu, no hospital, a família queria que ele assumisse o papel de filho mais velho e tomasse conta dos cinco irmãos. Mas ele manteve a sua teimosia. Estar no seminário era a concretização de um sonho antigo, que foi crescendo sempre que a aldeia onde vivia era visitada por algum sacerdote. As vestes brancas dos padres inflamavam a imaginação do pequeno Alewa Luka e faziam-no pensar que aquelas pessoas eram como anjos. E isso bastou para que ele quisesse ser como eles… “Ficava sempre muito feliz, quando via um padre. Quando olhava para eles, com aquelas vestes brancas, dizia: ‘Uau, parecem anjos’. Um dia quero ser como eles.” Foi apenas uma questão de tempo. E de teimosia. Richard cresceu, entrou no seminário e ganhou maturidade. Mas continua ainda, como quando era apenas criança, a querer ser como os padres que visitavam a sua aldeia. Só que agora quer imitá-los não pela roupa que vestem, mas pela bondade, pelo exemplo, pela disponibilidade no serviço aos outros. E são muitas as urgências na Nigéria. A comunidade cristã vive fustigada, especialmente a norte, pela violência de um dos mais brutais grupos terroristas da actualidade, o Boko Haram. E há também notícias de raptos, de rapazes e raparigas, de adultos, até de sacerdotes e de religiosas.
Lutar contra o medo
O medo faz parte da vida quotidiana dos Nigerianos. E como consequências dos ataques, da violência, em muitas zonas do país a fome é já uma realidade incontornável. Alewa Richard Luka sabe disso. “Há pessoas a morrer todos os dias. Há famílias que comem apenas uma vez por dia. A fome afectou a sua espiritualidade ao ponto de rezar a Deus ser agora [visto como] uma perda de tempo”, explica o seminarista. A fome das pessoas inquieta-o. Mas a fome da ausência de Deus na vida dos seus conterrâneos é que o deixa mesmo preocupado. “É por isso que eu quero servir estas pessoas. Eu quero ser alguém que ajudará a trazê-las de volta para a Igreja”, diz Alewa Richard a uma equipa da Fundação AIS.
Richard diz que está pronto para a luta, que está pronto para o sacerdócio. “Quero servir as pessoas com tudo o que Deus me deu. Quero estabelecer uma relação sólida com Deus. Quero concentrar-me em ser um bom padre, um padre que servirá a Deus com tudo o que tem.” Um em cada oito seminaristas em todo o mundo é apoiado directamente pela Fundação AIS. Alewa Richard Luka é apenas um deles. São, ao todo, 13.381. A vocação deles é também nossa. Sem a ajuda dos benfeitores da Fundação AIS, muitos destes jovens nunca conseguiriam cumprir com o sonho das suas vidas. Não iriam para o seminário, nunca seriam ordenados sacerdotes. Rezar por eles, por todos eles, é também uma forma concreta de os apoiar na concretização desse sonho maior. Já pensou na possibilidade de adoptar um seminarista através da oração?