Livro da semana: «O amor tem um rosto – Um grande ator fala de Jesus»

Livros 3 janeiro 2018  •  Tempo de Leitura: 6

Michael Lonsdale partilha, nesta obra, a sua extraordinária e inspiradora experiência de fé. Trata-se da descrição do seu percurso autobiográfico desde a infância até à atualidade, não tendo receio de assumir a sua condição de crente. O autor revela-nos este percurso quando descreve com uma simplicidade que transborda serenidade, referindo que foi profundamente tocado por Deus através:

 

Evangelho

“Em toda a minha vida, aquilo que li mais verdadeiro foi o Evangelho. A palavra de Jesus é a mais justa, a que suscita mais vida. É fonte de bondade, de generosidade entre os seres humanos. E esta generosidade, este cuidar dos outros em primeiro lugar, toca-me profundamente. Acredito nesta dádiva de si, herdada de Jesus [..]”

 

Encontro com o outro

“Eu sinto a sua presença [Deus] através dos seres humanos que encontro, em muitos acontecimentos ... A mensagem de Cristo passa primeiro pelo amor do próximo. Todo o ato de amor é Deus. As relações humanas dizem-nos qualquer coisa de Deus, desde que sejam boas, generosas. Saber que Deus está em todas as pessoas é uma responsabilidade sagrada e uma felicidade incrível: todo o encontro merece ser vivido. Nós podemos viver com o cuidado da felicidade do outro. E é Deus que passa.”

 

A Arte

“Arte e [a] fé estão intimamente ligadas. […] Para mim, que sou sensível à expressão artística, a arte é uma forma de Deus. A beleza é um dos nomes de Deus. Fui muitas vezes testemunha disso: a beleza, a emoção, podem levar à fé. Conheci pessoas que se converteram ao ouvir Mozart ou Bach. Outros entraram na catedral de Chartres e caíram de joelhos. A sensibilidade torna-nos permeáveis à dimensão espiritual, e a fé pode agarrar-nos na volta de uma emoção. Seremos sempre surpreendidos pelo imprevisto de Deus.”

 

A Oração

“A oração é para mim como que uma respiração. Eu não penso em rezar, eu rezo! Não tenho necessidade de dizer para mim «agora, vou rezar»: é uma disponibilidade interior, uma proximidade permanente com Jesus, não formulada. Uma espécie de estado íntimo constante que não tem nada a ver com uma oração reduzida a um encontro de agenda.”

 

Esta caminhada espiritual tem a sua concretização, enquanto ator, como se pode constatar na interpretação, do filme “Dos homens e dos deuses”, enquanto irmão Luc quando afirma que “o irmão Luc foi um dos mais belos papéis que representei na minha carreira: é um ser de pura generosidade, uma das mais belas trajetórias da fé que eu conheço.” Este filme nos fala de amor, música, oração e de paz despertando o melhor da humanidade pelo respeito entre povos e religiões.

 

Michael Lonsdale, através da sua coerência de vida convida-nos a sermos testemunhas autenticas de Deus Amor quando diz que a “fé é um tesouro que se transmite, e a minha maneira de a partilhar passa pela cena. Já não é um trabalho: é a minha maneira de responder ao apelo de Cristo.

 

[…] somos todos convidados a testemunhar a nossa fé: quando saímos das nossas celebrações dominicais, deveríamos estar despertos e vivos. Isso deveria ver-se nos nossos rostos... A fé dá-nos vontade de amar a Deus e de amar os nossos irmãos. Porque é que já não somos alegres, generosos, amorosos? A nossa adesão deve ser completa: é a nossa maneira de ser que deveria ser literalmente trespassada pela nossa fé em Jesus. O nosso coração só espera por essa centelha, mas somos demasiado prudentes. É preciso despertar os corações, pois é o amor que salvará o mundo!”

 

Entrevista cedida por Michael Lonsdale ao canal francês “KTO” com título - «Un homme et un Dieu»:

 

 

Informação disponível sobre o autor à data da edição desta obra:

 

“Michael Lonsdale, ator francês de cinema e teatro, narra neste livro os acontecimentos, encontros, dificuldades e alegrias que o fizeram descobrir e amar Jesus.

 

Nascido em 1931, Michael Lonsdale foi protagonista de filmes realizados por cineastas conceituados como Orson Welles, Steven Spielberg, François Truffaut, Luis Butiuel e Manoel de Oliveira. No teatro representou textos de Marguerite Duras e Samuel Beckett. Ganhou um César, prémio anual do cinema francês, pela extraordinária interpretação do irmão Luc de Tibhirine, no filme Dos homens e dos deuses, de Xavier Beauvois.”

 

Índice:

Prefácio | Jesus | Infância | Paris | Batismo | Deus salva | Fé de artista | Irmão Luc | Beleza | Oração | Igreja | Palavra | O nosso pai | Ressurreição.

 

Público-alvo: Jovem/Adulto

 

Ficha técnica:

Título – O amor tem um rosto – Um grande ator fala de Jesus| Autor – Michael Lonsdale | Prefácio – António Rego | Tradução – Cristina Rodriguez e Artur Guerra | Editor – Paulinas Editora, 1 ed. Mai. 2016, 64 págs. | Coleção – Grão de Mostarda | ISBN: 978-989-673-525-8.

Agostinho Faria

Redator Livros

Licenciado em Comunicação Social e Cultural. Pós-graduado em Ciências da Informação e da Documentação. A viajar no surpreendente mundo novo das Paulinas Multimédia Lisboa.

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