Livro da semana: Não pressentes a felicidade?
Esta semana quero apresenta-vos a obra “Não pressentes a felicidade?” do Irmão Roger. Trata-se de um livro autobiográfico. É redigido em 2005, semanas após o falecimento do Papa João Paulo II. O autor recua sessenta e cinco anos para nos contar a origem da Comunidade de Taizé e também a sua reflexão espiritual ao longo de mais de seis décadas.
Este caminho começa em 1940, no início da Segunda Guerra Mundial, aos vinte e cinco anos de idade, quando Roger deixa a Suíça e parte para França. Já recuperado de uma tuberculose pulmonar, e após um período de reflexão, decide que quer “encontrar uma casa onde acolher os que procurassem refúgio da guerra e onde pudesse constituir, um dia, uma comunidade.” Encontra em Taizé o local ideal para dar apoio a quantos necessitam de ajuda. Só na Páscoa de 1949, com os sete primeiros irmãos, dá início à Comunidade de Taizé.
Ao longo do livro é possível depreender, que o autor estabelece um contacto próximo e profícuo com a Madre Teresa, como também, com os Papas João XXIII, Paulo VI e João Paulo II. Quando a Madre Teresa morre, o Irmão Roger junto ao seu corpo descreve a vocação de ambos: “(…) lembrei-me de que tínhamos em comum esta certeza: a comunhão em Deus motiva-nos a aliviar o sofrimento humano. Sim, quando aliviamos as provações dos outros é com Cristo que nos encontramos.”
Roger foi recebido logo no início do ministério de João XXIII, numa audiência privada: “acolheu-nos com grande simplicidade, cheio de espontaneidade. Batia palmas e dizia: «Bravo! Bravo!», quando lhe falávamos de reconciliação. (…) para a nossa comunidade, esse dia foi como que um começo. (…) deixou em nós uma marca inigualável.”
Diz, que “Paulo VI era um homem de grande coragem. (…) através da sua vida, abriu caminhos de futuro com uma sensibilidade espantosa e uma inteligência pouco comum.”
Após ter visitado João Paulo II no hospital, em 1981, pensou que “(…) o ministério de um Papa podia, por vezes, aproximar-se do de um mártir invisível por causa de Cristo e do Evangelho.”
A vida que é descrita neste livro reflete uma dedicação total ao outro, na promoção da paz e do diálogo ecuménico. Depois de ter estado, em contacto com jovens, durante a agitação vivida na Roménia, em Janeiro de 1990, deixa-nos esta reflexão:
“Para quem procura amar com bondade de coração, a vida enche-se de uma beleza serena. Só a compaixão permite olhar o outro tal como ele é. Um olhar de amor vislumbra em cada um a profunda beleza da alma humana. Se a compaixão do coração estivesse no princípio de tudo… se ardesse em nós o amor que reconcilia… mesmo sem nos apercebermos, à nossa volta irradiaria a transparência do Evangelho… e tornar-se-iam mais claras estas palavras [de Santo Agostinho]: «Ama e di-lo com a tua vida!»”
Informação sobre o autor: Roger Louis Schütz-Marsauche (Irmão Roger): Nasceu em Vaud, Suiça, a 12 de Maio de 1915 – Morreu em Taizé, França, a 16 de Agosto de 2005. Fundador da Comunidade de Taizé. Outros livros do mesmo autor editados pelas Paulinas: "Viver em tudo a paz do coração" (Julho, 2008); "Viver para amar: palavras escolhidas" (Agosto, 2010).
Índice:
Deus quer que sejamos felizes – A felicidade está em dar-se a si mesmo; O chamamento de Deus; A facilidade não conduz à criatividade; Um chamamento para toda a vida |
Uma alegria surpreendente – Alegria inesperada; Alegria do perdão; Uma esperança muito bela; Alegria mesmo nas provações; A alegria e a bondade do coração; Que a tua festa não tenha fim |
Felizes os corações simples! – Simplicidade de coração e de vida; Um estímulo de confiança; Na fonte da confiança; O olhar dos inocentes; O sinal do perdão; Pobres do Evangelho |
A simplicidade de um coração de criança – As crianças e os que são como elas; A inocência ferida; «O que fizerdes a um destes meus irmãos mais pequeninos…»; Despertar para o mistério da confiança |
Uma vida de comunhão em Deus – O desejo de Deus; A sua presença permanece invisível; Rezar com quase nada; A beleza simples da oração comunitária; Não há nada mais responsável do que rezar; Quando os nossos lábios se fecham |
Mistério de comunhão – «Comunhão», um dos mais belos nomes das Igreja; «Não procuramos saber quem estava errado ou quem tinha razão»; «Para a Igreja ninguém é estrangeiro, ninguém é excluído, ninguém está distante»; Um acontecimento há muito esperado; A alegria do Espírito Santo visível entre os homens |
Um fruto de paz – Deus só pode amar; Amar com compaixão; Amar e dizê-lo com a vida; A paz começa em nós mesmos.
Público-alvo: Jovem/Adulto
Ficha técnica: Título – Não pressentes a felicidade? | Autor – Irmão Roger, de Taizé| Editor – Paulinas Editora, 1ª ed. Julho de 2014, págs. 104 | ISBN: 978-989-673-391-9.