Sinopse:

“A palavra economia deriva do grego oikonomia, que significa «gestão da casa».”

Este livro pretende abordar a economia com um sentido mais abrangente que ultrapassa a barreira do que habitualmente a define (bens e dinheiro) e aponta-a antes como lugar de encontro: “um lugar de vida, um lugar onde se constrói a vida, um lugar que chama à vida”; “e não só à vida material, mas à vida existencial”; “não só à vida física, mas à vida que dá vontade de viver”. Elena Lasida considera que é necessário colocar a economia em harmonia com a vida, enaltecendo a sua dimensão relacional e simbólica, dando um sentido que vai para além das trocas de bens materiais e do dinheiro.

A autora afirma que “mais do que um meio de satisfazer necessidades, a economia revela-se como um lugar onde se constrói a sociedade. Mais do que um sistema para regular a circulação dos bens, ela torna-se um fator de mediação social. Mais do que uma fonte de riqueza monetária, ela manifesta-se como uma fonte de riqueza relacional. […] Serve, antes de mais, para pensar a convivência, revelando e suscitando o «interesse pelo outro». […] Associada à convivência humana, a economia torna-se assim, um lugar de aliança e não só de contrato, um lugar de confiança e não só de estratégia, um lugar de utopia e não só de técnica.”

A investigadora fornece ao leitor a forma como irá estruturar o seu ensaio quando diz: “nos dez capítulos que se seguem, quatro referências vêm ritmar esta desconstrução. Como a economia é, antes de mais, uma questão de vida, partirei sempre de uma experiência pessoal, em que aparecerá, geralmente um paradoxo, que eu associarei a uma prática económica e que colocarei em consonância com um relato bíblico. Cada capítulo está estruturado a partir destas quatro referências.”

Lasida, sendo natural do Uruguai e a viver há mais de duas décadas em França, assume a condição de «estrangeira» no país de acolhimento. Essa confrontação com a diferença (aliar duas maneiras diferentes de olhar a realidade, a partir do Norte e do Sul) tem ajudado Lasida a olhar a economia de uma forma diferente: “aprendi a confrontar essa disciplina com aquelas que lhe são estranhas, com outros modos de pensar, para redescobrir a sua natureza profunda.” É desta forma, que na sua investigação (trabalho de tese), opta por estabelecer um diálogo entre a Economia e a Teologia. Segundo a autora, a Teologia ajuda-a a desenvolver o seu trabalho enquanto economista. Adianta que não procura na Teologia um “sistema de valores para julgar a economia.” Para Lasida “a confrontação produziu-se entre a lógica do sagrado e a lógica do mercado, que são duas maneiras de pensar a relação com o ser humano com algo que o transcende. A relação com a transcendência, quer seja de natureza religiosa quer social, constitui sempre um distanciamento em relação a nós mesmos e, nesse sentido, uma experiência de ser estrangeiro.”

Assim, para Elena Lasida, este ensaio aspira a ser um “convite a «habitar», a viver a economia.”

Informação sobre o autor:

Nasceu no Uruguai e vive em França desde 1992. É Doutorada, desde 1999, em Ciências Sociais e Económicas, no Instituto Católico de Paris. Colabora neste Instituto enquanto docente e investigadora. Desenvolve a sua investigação, desde 2000, nas áreas da Economia Social, do Desenvolvimento Sustentável e da Economia, e da Teologia.

Índice:

Introdução – Habitar a economia | 1. A economia, uma experiência de vida | 2. A economia, um ato criador | 3. A economia, um lugar de relação | 4. A economia, uma aliança a urdir | 5. A economia, uma comunidade a construir | 6. A economia, uma promessa a escutar | 7. A economia, fonte de identidade | 8. A economia, símbolo de um novo possível | 9. A economia, lugar de utopia | 10. A economia, o tempo favorável | Agradecimentos.

Público-alvo: Jovem/Adulto

Ficha técnica: Título – O sentido do outro – A crise, uma oportunidade para reinventar laços | Autor – Elena Lasida| – Paulinas Editora, 1 ed. Março 2013, págs.: 248 | ISBN: 978-989-673-302-5.