Marcelo quer ajudar a trazer Jornadas Mundiais da Juventude a Portugal
O Presidente da República vai marcar presença nas Jornadas Mundiais da Juventude, que se realizam no Panamá de 20 a 29 de Janeiro, na esperança de que o papa Francisco possa anunciar que as próximas jornadas, em 2022, serão em Portugal, apurou o PÚBLICO.
Portugal tem feito lobbying por este objectivo desde 2009, quando a Conferência Episcopal Portuguesa apresentou ao Conselho Pontifício para os Leigos o pedido de aqui celebrar uma destas jornadas, uma iniciativa da Igreja Católica que, de três em três anos, reúne mais de um milhão de jovens de todo o mundo. A ideia era então que isso pudesse acontecer em 2017, para coincidir com o centenário das aparições, mas a proximidade com a Espanha, onde decorreram as jornadas em 2011, com a presença de cerca de dois milhões de pessoas, e a candidatura tardia adiaram essa pretensão.
O processo de escolha dos países anfitriões é moroso, normalmente preparado com mais de uma década de antecedência, e Portugal – país baptizado como Terra de Santa Maria desde a fundação e reconhecido pelo Vaticano como “nação fidelíssima” desde 1748 – acredita ter condições para ser o escolhido para o próximo evento. Marcelo Rebelo de Sousa, católico assumido, escolheu o Vaticano como o destino da sua primeira viagem oficial e nessa altura recebeu do papa Francisco a garantia da sua presença em Fátima para as comemorações do centenário das aparições.
Antes de viajar para o Panamá, o chefe de Estado irá passar a passagem de ano no Brasil, onde assiste à posse do novo Presidente da República, Jair Bolsonaro, a 1 de Janeiro, em Brasília. Marcelo Rebelo de Sousa fez este anúncio em conversa com o embaixador do Brasil em Portugal, Luiz Alberto Figueiredo Machado, durante uma visita ontem de manhã ao Bazar Diplomático, no Centro de Congressos de Lisboa. “Estou esperando o convite, porque eu, em princípio, vou à posse, no dia 1”, afirmou o Presidente da República. E adiantou: “Eu vou mais cedo, no dia 30 [de Dezembro].”
Marcelo Rebelo de Sousa teve ontem mais um dia de agenda intensa. Depois do Bazar Diplomático, discursou no 2.º Congresso dos Gestores, na Culturgest, em Lisboa, onde alertou para o facto de Portugal não estar imune à onda global de movimentos populistas e nacionalistas, mostrou-se preocupado com o actual contexto internacional – uma “encruzilhada complexa” marcada por uma “querela entre Ocidente e Oriente” – e alertou para o facto de que os conflitos comerciais podem levar a guerras militares.
À tarde, visitou o Banco Alimentar contra a Fome e apelou para as pessoas participarem este fim-de-semana na campanha de recolha de alimentos desta instituição. À saída, salientou que a melhor estratégia para a erradicação da pobreza é “crescer mais e sustentadamente”. Questionado pelos jornalistas sobre a previsão de abrandamento económico mundial no próximo ano, disse manter “uma visão preocupada sobre o contexto mundial e europeu”, mas espera que o próximo ano “não seja tão complicado” como alguns prevêem. “Deus queira que não haja muitas complicações a nível mundial e europeu para não termos reflexos internos”, afirmou.
[©Público]