Quem te ensina, teu amigo é
Quem te ensina, teu amigo é!
Este provérbio é meu. Fui eu que o escrevi quando pensei no outro provérbio “quem te avisa, teu amigo é”. Há imensas coisas que são minhas. Outras, não.
Esta semana escrevo sobre esse grande tema de crónica. Os amigos. Mas pouco haverá para ser dito… Sobre o tema. Se fechares os olhos, talvez sejas capaz de respirar como quem voa. Se abrires os olhos, talvez sejas capaz de voar como quem sonha. Se dormires os olhos, talvez sejas capaz de os abrir como quem vê. Se sonhares os olhos, talvez sejas capaz de adormecer como quem acorda. Outra vez.
A verdade é que ninguém dorme para sempre.
Quem te ensina, teu amigo é.
Onde é que íamos?! Nos amigos. Letrinha pequena para os amigos todos. Que as letras grandes ficam para o Pai. Que está no Céu. Letrinha itálica para os amigos todos. Raminho de árvore para pendurar os amigos que acamparam no coração. São família, os amigos. São família porque acampam onde calha e, depois, partem. Porque é a vida. Porque sim. Porque lá fora estão a chamar. Porque lá longe estão a pedir. Estão a pedir um bocadinho de lua. Um bocadinho de sol. Um bocadinho de coragem. Um bocadinho de laranja. Um bocadinho de festa. Um bocadinho de luta. Um bocadinho de sal. Um bocadinho de terra. Um bocadinho de mar. Um bocadinho de água que se beba. Um bocadinho de saúde. Um bocadinho de paz. Um bocadinho de lápis. Um bocadinho de esperança.
Porque lá longe estão a pedir.
Quem luta (contigo) teu amigo é.
Quem faz festa (contigo) teu amigo é.
Quem atravessa pontes a arder (contigo) teu amigo é.
Quem te ensina (um bocadinho) teu amigo é.
Porque lá longe estão a pedir.
Um bocadinho do que é justo.
Dedico este texto ao António, à Selinda e à Zulmira. Aos três meninos do Mestre Fernando. Estamos juntos, avô. Numa qualquer gargalhada que se dobre ao largo da igreja.