Ouvir o grito da terra e dos pobres

Vaticano 31 agosto 2017  •  Tempo de Leitura: 3

Um apelo a «ouvir o grito da terra e dos pobres» foi lançado pelo Papa Francisco no final da audiência geral de quarta-feira 30 de agosto. Aos fiéis presentes na praça de São Pedro o Pontífice recordou que a 1 de setembro se celebra o dia de oração pela criação, ocasião em que será publicada uma mensagem preparada em conjunto com o patriarca ecuménico Bartolomeu. «Nela – explicou o Papa – convidamos todos a assumir uma atitude respeitadora e responsável em relação à criação». Eis a exortação dirigida «a quantos desempenham papéis influentes», com o convite a prestar atenção sobretudo às exigências dos últimos, «que mais sofrem por causa dos desequilíbrios ecológicos».

 

Precedentemente, dando continuidade às catequeses sobre a esperança, Francisco falou da «memória da vocação». E na narração evangélica da chamada de João e André, inspirou-se para refletir sobre a «exigência de sentido» encerrada no coração dos jovens. «É triste ver jovens aposentados» observou referindo-se aos que «nada buscam» e «envelheceram antes do tempo». Jesus, ao contrário, é um «incendiário» e suscita nos seus interlocutores «o desejo de vida e de felicidade», impelindo os dois discípulos a tornarem-se «missionários daquele encontro» e a recordarem «para sempre aquele dia que iluminou e orientou a sua juventude».

 

Portanto, como se descobre a própria vocação? «Podemos descobri-la de muitos modos – respondeu o Pontífice – mas esta página do Evangelho diz-nos que o primeiro indicador é a alegria do encontro com Jesus». De facto, o Senhor «não quer homens e mulheres que caminham atrás dele de má vontade, sem ter no coração o vento da alegria»; mas deseja «pessoas que sentiram que estar com ele proporciona uma felicidade imensa, que se pode renovar todos os dias da vida». Eis porque «um discípulo do reino de Deus que não é alegre não evangeliza este mundo».

 

Por isso como Maria, o cristão é chamado a preservar «a chama» do seu primeiro encontro com Jesus e a cultivar «utopias sadias»: com efeito Deus, afirmou Francisco, «deseja que sejamos capazes de sonhar como ele e com ele, enquanto caminhamos prestando atenção à realidade. E se um sonho se apaga, voltar a sonhá-lo de novo, sorvendo com esperança da memória das origens».

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