Para ouvir todos os jovens
Terá lugar de 19 a 24 de março próximo uma reunião pré-sinodal «para a qual estão convidados jovens provenientes» do mundo inteiro: não só católicos mas também «de diversas confissões cristãs e outras religiões, ou não-crentes», anunciou o Papa Francisco ao saudar os grupos de fiéis presentes na praça de São Pedro no final da audiência geral de quarta-feira, 4 de outubro.
Convocada pela secretaria geral do Sínodo dos bispos, a iniciativa insere-se no caminho de preparação para a próxima assembleia de outubro de 2018, que terá como tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. «Com tal caminho – explicou o Pontífice – a Igreja deseja pôr-se à escuta da voz, da sensibilidade, da fé e também das dúvidas e críticas dos jovens». Precedentemente, o Papa deu prosseguimento às catequeses sobre o tema da esperança cristã à luz da Palavra. Comentando o excerto bíblico tirado de Lucas 24, 36-41, aprofundou o tema «missionários de esperança hoje» e confidenciou que o desejou fazer «no início do mês de outubro, que na Igreja é dedicado de modo especial à missão, e também na festa de São Francisco de Assis, que foi um grande missionário de esperança».
O pressuposto da reflexão pontifícia foi que os cristãos não são «profetas de desventura», mas «anunciadores da ressurreição de Jesus»; e «não só com palavras mas com factos e com o testemunho de vida». Porque Cristo quer «pessoas que propaguem esperança com o seu modo de acolher, sorrir e amar». De facto, explicou Francisco, «há algo “mais” que reside na existência cristã, e que não se explica simplesmente com a força de ânimo ou um otimismo maior». É como se – acrescentou com uma imagem particularmente evocativa – «os crentes fossem pessoas com um “pedaço de céu” a mais sobre a cabeça? Eis então, consequentemente, que «a tarefa dos cristãos é abrir espaços de salvação, como células de regeneração capazes de restituir linfa ao que parecia estar perdido para sempre. Quando o céu está todo enevoado, quem sabe falar de sol é uma bênção». E o «verdadeiro cristão» é precisamente «assim: não é lamentoso nem zangado, mas convicto, pela força da ressurreição, de que mal algum é infinito, noite alguma é infinita, homem algum está definitivamente errado, ódio algum é invencível». E a este propósito convidou os presentes a pensar «nos nossos irmãos, nas nossas irmãs do Médio Oriente que dão testemunho de esperança».