Diálogo na caridade
«A fé torna-se tangível sobretudo quando se concretiza no serviço aos pobres e aos marginalizados». Foi um ecumenismo fundado nas obras de caridade e também na oração, que o Papa Francisco desejou no discurso dirigido à delegação do Conselho metodista mundial recebida na manhã de quinta-feira, 19 de outubro.
Ocasião da audiência foi o quinquagésimo aniversário do início do diálogo teológico metodista-católico, que depois do concílio Vaticano II, pôs fim à fase «desconhecimento e de suspeita». Porque, recordou Francisco, «o diálogo verdadeiro encoraja constantemente a encontrar-nos com humildade e sinceridade, desejosos de aprender uns dos outros, sem irenismos nem fingimentos». Aliás, comentou, «somos irmãos que, depois de uma longa separação, se sentem felizes por se encontrarem e descobrirem reciprocamente, e caminhar juntos».
Referindo-se ao documento mais recente da Comissão, centrado sobre o tema da santidade, Francisco evocou de novo a figura do fundador do metodismo John Wesley que «desejava ajudar o próximo a viver uma vida santa». Com efeito, «o seu exemplo e as suas palavras encorajaram muitos a dedicar-se às Sagradas Escrituras e à oração, aprendendo a conhecer Jesus». Daqui o convite a deixar-se «fortalecer reciprocamente pelo testemunho da fé». Tendo em conta que «quando, nós Católicos e Metodistas, acompanhamos e ajudamos juntos os débeis e os marginalizados – quantos, mesmo habitando as nossas sociedades, se sentem distantes, estrangeiros, alheios – respondemos ao convite do Senhor». No que diz respeito à nova fase de diálogo que está prestes a iniciar sobre o tema da reconciliação, o Papa evidenciou que «não podemos falar de oração e de caridade se, juntos, não rezarmos nem trabalharmos para a comunhão plena».
Sucessivamente, Francisco encontrou-se com um grupo de estudantes de matérias económicas e financeiras provenientes de Lião aos quais recomendou que «não obedeçam cegamente à mão invisível do mercado» e permaneçam livres da escravidão do dinheiro.