Medo, o caçador de sonhos
O início de um novo ano traz-nos sempre a motivação para mudar, inspira-nos a fazer o que sempre quisemos mas nunca encontramos momento certo. O novo ano parece ser o momento certo para planear mudanças. Façamo-las. Se sentimos que há algo na nossa vida ou em nós que devemos fazer de diferente, se sentimos a sede de mudar, de fazer mais ou diferente. Façamo-lo.
Os sonhos e os objetivos a que nos propomos começam sempre pela estória de um medo. Quando pensamos ou decidimos fazer uma mudança temos sempre a vozinha do medo a mostrar-nos todas os cenários possíveis e imaginários. Os medos nunca existem as estórias que nos contam não são reais.
Todas as grandes mudanças e todas as grandes histórias começam por alguém repleto de medo. O medo é o estado inicial do amor. Temos, porém, deixar que o medo parta para dar lugar à fé, à paz e ao amor. Se deixarmos o medo congela-nos e cria raízes. Impede-nos de ser o melhor que podemos ser. Faz-nos ser sempre metade do que conseguimos. Quando o medo chegar não lhe falemos. Ousemos perceber que apenas nos quer dominar o corpo e a alma impedindo-nos de avançar. Ousemos perceber-lhe as razões e as entranhas. Ousemos tratá-lo por tu e mostrar-lhe quem manda.
Há uma frase que diz “cuidado com o medo ele adora roubar sonhos”. Bem sei que o medo existe para nos proteger do perigo. Porém senão tivermos cuidado ele protege-nos da felicidade. Usemos o medo como aliado para conhecer as possibilidades de erros e desastres possíveis. Mas não permitamos que seja ele a ficar com a última palavra. Fazendo estamos a permiti-lo dominar, estamos a permitir que nos roube os sonhos. Tal como diz o papa Francisco: “O medo é uma atitude que nos faz mal, enfraquece-nos, limita-nos e até nos paralisa. Quem tem medo não faz nada, não sabe o que fazer; concentra-se em si mesmo para que não lhe aconteça nada de mal.” Ousemos sonhar. Ousemos acreditar. Não liguemos ao medo. Fazendo-o estamos a existir em vez de viver. Talvez não nos aconteça nada de mal. Porém também não nos acontecerá nada de bom ou de incrivelmente maravilhoso. O medo é a nossa zona de conforto e pode ser um lugar bonito mas nada cresce lá.