A missão faz-se dos sorrisos na boca. Não os nossos mas aqueles que vemos que vemos à medida que vamos conhecendo e apaixonando-nos. Há a imagem de uma menina que ia no autocarro anunciando a alta voz o percurso enquanto sorria e respondia a uma amiga que passava na rua. O seu sorriso. A vida, tal como a missão, nem sempre são sorrisos. Há dor, sofrimento, mágoa e tristeza mas não fazem estes estados d’alma também parte da felicidade? Permaneçamos nos sorrisos. Demoremos nos abraços. A quaresma inicia um caminho do deserto que cada um de nós percorre com o seu coração. Neste tempo especial de deserto olhemos mais as pessoas que nos rodeiam. Qual foi a última vez que vimos quem amamos sorrir ou rir até virem as lágrimas e não conseguir mais? Qual foi a última vez que nos sentámos a ouvir, simplesmente ouvir o outro, sem tempo marcado?

Nesta quaresma façamos silêncio, criemos um espaço para estar com Deus e deixemos que o seu amor condicional povoar cada célula do nosso corpo, cada parte e ação do nosso dia. Nesta quaresma enchamo-nos do amor de Deus entregando-Lhe tudo o que somos, tudo o que não somos, todas as nossas dúvidas e toda a nossa vida. Procuremos fazer da nossa vida um milagre de amor não só para nós, mas também para todos os outros que passam pela nossa vida. Deixemos-lhe um sorriso alegre quem sabe não é esse o milagre porque tanto esperam.

Nesta quaresma façamos pausa na vida. Olhemos para a nossa rotina do dia-a-dia e procuremos povoá-la de amor. Um sorriso nosso pode mudar a vida de alguém. Não importa se somos secretárias, médicas ou advogadas se cumprimos a nossa missão com bondade e um sorriso na boca podemos fazer alguém mais feliz. Um sorriso verdadeiro pode operar milagres na vida das pessoas que passam por nós. Podemos atender uma pessoa cumprindo a nossa função mas se o fazemos com um sorriso a pessoa saíra de lá um pouco mais feliz. Passo a passo, grão a grão, estaremos a fazer do mundo um lugar mais feliz, mais cheio de bondade e de amor. Façamos da nossa vida uma missão de amor.