A escola está a terminar. Seguem-se, para a maioria dos nossos alunos, quase 3 meses de férias. A este propósito li algures o seguinte parágrafo: «O "tempo de vida" é dividido em 3 grandes partes: os anos de preparação para o trabalho; o trabalho e a reforma. A vida autêntica é aquela que está no meio, o resto é só "treino para..." ou "repouso de...". Quais as consequências? Primeira: o tempo de escola não é um tempo de vida, mas apenas um tempo de espera da vida verdadeira, aquela que se confronta com o mundo. Segunda: o tempo de escola é só um tempo de "ouvir lições" sobre a vida.»

Levantam-se alguns problemas: O que fazer destes 3 meses em que os nossos "aprendizes" estão de férias? Numa sociedade "bem regulada" e "controlada" tudo isso poderia fazer sentido, mas numa sociedade global com os meios de comunicação que temos, fará isto algum sentido?

Hoje o saber flui por todo o lado, seja na blogosfera, nas redes sociais, na internet e mistura-se com a vida quotidiana. Já não podemos dizer que é só na escola que se aprende. A este propósito, circula na internet uma frase de Rubem Alves que procuro fazê-la minha: «A missão do professor não é dar respostas prontas. As respostas estão nos livros, estão na internet. A missão dos professores é provocar a inteligência, é provocar o espanto, a curiosidade.»

Então esta missão dos professores que também se estende aos pais e demais adultos, é, mais do que limitar-se a dar ferramentas para a vida, fazer com que os jovens já "criem" as suas próprias ferramentas. E esta tarefa não tem férias.

Porque mais do que dizer como fazer, o adulto deve fazer para depois dizer porque o faz. Não é mais apenas um futuro, mas é já um presente. Se queremos mudar o mundo, não podemos dizer como fazê-lo, mas fazê-lo aqui e agora. Esta necessidade é tão urgente como  o saber que entra diariamente, pelos diversos meios, no mundo dos nossos jovens.

E existe algo mais cristão do que isto? Como fez Jesus? Limitava-se a ensinar?

Uma boa semana de trabalho.