Um ano passou desde que me fui enviada para o Peru. Um ano passou desde que fui enviada a todas as galileias do mundo. Vim ao encontro do amor. Encontrei uma missão tão apaixonante e bonita quanto dura. Encontrei dificuldades, obstáculos e tristezas. E, em todos esses momentos recordei dentro do meu coração que “a alegria de fazer o bem é a única felicidade verdadeira” (León Tolstoi).

Dom Erin Kräutler escreveu e assim reza a oração que se ouviu no meu envio: “Assim, tu terás o privilégio e a felicidade de viver a graça de todas as graças! Encontrarás o Senhor que disse: 'Depois que eu ressuscitar, irei à vossa frente para a Galileia' (Mc 14, 28). Missão é sempre ir à Galileia de todos os continentes”. Assim vivo. Aqui vivo. Encontrando diariamente a cara de Cristo. Vivendo o sonho de Comboni. Sendo uma das mil vidas para a missão. E, sendo feliz, verdadeiramente feliz. A felicidade nasce de dentro para fora. Só estando feliz, só quando o teu coração sorri de paz e tranquilidade podes transmitir essa felicidade a quem te rodeia.

No peru vivo tal como são Paulo sentindo que tudo é graça. Como quando estou cansada depois de um dia exausto e surge alguém dizendo: “hermanita, entre la llevamos a casa” é como se um anjo tivesse descido do céu para me beijar a fronte. Tantas, tantas são as pessoas que são parte do meu caminho, que me ajudam a caminhar dia após dia.

Estar em missão é viver em graça. É sentir a graça ao teu redor, nas pessoas por quem passas. É reconhecer o rosto de Jesus Cristo. É ficar horas à conversa no hospital, em casa ou na rua a falar de amor, a deixar a paz e carinho e a levar sempre muito mais do que aquilo que poderei um dia trazer de volta. É ouvir obrigada e sentir que apenas partilhei o que sou e sinto. Estar em missão é partilhar o que és. É ser frágil. É ser inseguro. É estar lado a lado com o povo. É ser povo.