Vão tão rápido como vêm
Vão tão rápido como vêm e lá vão.
Em cima do cimento, seguindo o seu caminho, ou no ar, seguindo o vento.
As casas e as árvores, essas sãos as únicas que permanecem. Não vão, nem vêm, no máximo abanam. As suas raízes são fortes e estão bem presas ao seu chão. Assim, como os alicerces das casas que as seguram no sítio.
E nós? E as pessoas? Vão e vêm com os carros com os aviões, com as suas próprias pernas.
E nós? Queremos também ser como as árvores e as casas? Queremos nos fixar? Queremos criar alicerces e raízes ou queremos ir com o vento?
E lá vai mais um avião pelo ar. De focinho levantado, asas abertas, pronto para ir até ao lugar onde parar. Seremos nós aviões, sempre com pressa de ir ao sabor do vento? Ou até como os aviões, queremos remar contra a maré?
Para onde irão estas máquinas que sobrevoam os céus? Qual será o próximo chão que vão pisar? De certo, um chão mais fértil, um chão melhor, porque quem levanta voo, pondo em causa tudo o que deixa, tem de ir para chão melhor. Certezas de que será melhor não as temos mas ninguém muda para pior sabendo já para o que vai. De génio e de louco todos temos um pouco mas ninguém é louco para ir para sítio pior.
E se todos temos um pouco de génio dentro de nós, porque não usar essa inteligência para o melhor?
Muitas vezes usamos a nossa genialidade só para o que não interessa, para o que é devaneio. E nós, não somos suficientemente importantes para aplicar a nossas genialidade em nós? Para ser génio só é preciso ter cabeça, e essa, até os aviões têm.
Na hora de escolher, se quer ir como os aviões ou ficar como as árvores, não escolha. Deseje ardentemente ir para um melhor sítio e fazer do sítio onde fica um sítio melhor.