Missão é entregar-se
Missão é entrega. Entrega sem espera de recompensa. É uma entrega que nasce de uma vontade imensa de mais que dar, de partilhar, crescer, evoluir e aprender. Diz-nos São Francisco de Assis que é dando que se recebe. Ao dizê-lo ele fala-nos de um dom que tantas vezes nos esquecemos: partilhar. Ser missionário é sentir-se chamado a partilhar o que somos. É sentir dentro de si uma vontade de ir mais longe, de fazer mais. Nasce de uma noção que fazemos de menos para tudo aquilo que nos é dado de e com graça.
Ser missionário exige querer. Exige querer dar-se. Exige confiar. Ser missionário é confiar no amor. Um amor que vem sem regras ou manual de instruções. Um amor sem definições que define simplesmente sendo, que se faz simplesmente amando. Um amor que permite o erro. Um amor que me aceita tal como sou. Um amor que me faz crescer, que me faz evoluir. Um amor que me engrandece a alma e o coração.
A missão tem dor, tem sofrimento e tem desertos. A missão é como a vida e enche-se de rosas com espinhos. Não podemos ver somente os espinhos. Não podemos ver somente as rosas. Uma vez disseram-me “não há mal que sempre dure, nem bem que nunca acabe” e naquele momento pareceu-me uma frase profundamente triste para definir a vida ou parte dela. Mas não deixa de ser um exemplo como a rosa. Há sempre duas opções: podemos chorar porque a rosa tem espinhos ou agradecer porque os espinhos tem uma rosa.
A vida é um ciclo onde não há somente felicidade, há também tristeza, dor, solidão e sofrimento. Mas não é só isso. Há mais para lá da tristeza. Não deixemos que a tristeza, o mal nos cegue. Não deixemos que os espinhos nos impeçam de ver a rosa. Aprendamos a procurar nos altos e baixos da vida o nosso equilíbrio. Lembremo-nos que mesmo nos dias mais cinzentos o sol permanece por detrás das nuvens e que tal como o sol assim é o amor de Deus: incontável e imensurável.