Amar é a eterna novidade
Por vezes caminhamos na vida com um cansaço que nos parece pegado à pele. Por vezes confiamos que já não é cansaço, que somos nós quem está errado de tanto que ouvimos erros e julgamentos por passos distintos que demos que pensamos que somos nós quem está errado. Esquecemo-nos que somos amados. Esquecemo-nos que somos chamados a percorrer o nosso caminho, não o dos outros.
Fernando Pessoa escreveu-nos “ quem ama nunca sabe o que ama, nem sabe por que ama, nem o que é amar. Amar é a eterna inocência e a única inocência é não pensar ”.Amar ultrapassa definições. Amar é voltar a ser criança e deixarmo-nos deslumbrar pelo mundo. Amar é olhar para o mundo e sonhá-lo a cor-de-rosa e a azul forte. Ainda que no mundo há quem defina o amor com violência, que estejamos longe de cumprir os direitos humanos e que o ideal de amor que Jesus nos vem trazer pareça ainda distante.
Deixemo-nos contagiar pela vinda de Jesus. Tempo de advento é tempo de preparar o coração como o agricultor prepara o terreno para o cultivo. Tempo de advento não é somente tempo de espera mas sim de pôr-nos a caminho. É tempo de abrir o nosso coração ao mundo tal como nos diz o Papa no Advento “estamos chamados a alargar o horizonte do nosso coração e a deixar-nos surpreender pela vida que se apresenta em cada dia com as suas novidades”.
Deixemo-nos surpreender pelo mundo. Lembremo-nos que amar é a eterna novidade. Quando amamos o mundo é eternamente novo, renova-se a cada amanhecer. Quem ama encontra o amor em cada esquina. Vê o amor na menina a ir para a escola sorridente, no pai que acorda mais cedo para ir comprar pão ainda de pijama para fazer o pequeno-almoço para os seus filhos. Quem ama não vê o mundo mais colorido mas permanece disponível para deixar-se surpreender pela vida, pelo mundo e pelas vidas. Neste tempo de advento enchamo-nos de amor e ousemos encontra-lo em cada esquina não onde esperávamos, mas onde ele por certo nos espera.