Onde não fores feliz não demores
Já quis ser muitas coisas. Já quis que os outros fossem muitas coisas. Já perdi muito por medo de permitir mudar por medo de permitir transformar. Ter medo da mudança é ter medo de perder. Diz Will Smith que “se você não está fazendo da vida de alguém algo melhor, você está desperdiçando o seu tempo. Sua vida será melhor quando você fazer da vida de outras pessoas algo melhor.”Mas temos medo de amanhecer. Temos medo de partir dos lugares e das pessoas onde já não nos sentimos felizes, completos e concretizados. Ter medo é humano mas escutá-lo torna-nos desumanos. Faz de nós robots que cumprem normas e não correm o risco e desafio que é viver, amar e ser feliz.
Certo dia cansada deste ciclo do medo repeti-me como quem faz um pedido a uma estrela cadente onde não fores feliz não demores.Ao repeti-lo apercebi-me do tempo que investi onde e com quem já não era feliz. Não se trata de desistir sem ter lutado. Trata-se de lutar, lutar e lutar. Trata-se de caminhar, caminhar e caminhar. E ainda assim seguir lutando e caminhando na confiança de que o caminho é por aqui apenas ainda não chegámos à meta e por isso é que ainda não estamos felizes, não somos felizes. Ao olhar-me repetindo-me onde não fores feliz não demores apercebi-me que há muito tempo que já não era feliz apenas adiava, apenas continuava. Nesse momento compreendi a importância de ser feliz no caminho. É preciso ser feliz à medida que caminhamos. Não devemos esperar a felicidade como quem espera o domingo. Devemos procura-la dentro de nós. Devemos olhar-nos, devemos reparar nos nossos passos e procurar-nos e buscar a felicidade dos pequenos gestos.
Já não quero ser todas as coisas. Já nem quero ir a todos os sítios do mundo. Já não me deixo revestir do medo. Agora busco o amor. A felicidade é apenas isso caminhar o amor por onde quer que andemos. A felicidade é ousar buscar a felicidade dentro de nós. E recordar-nos em cada momento que onde não formos felizes não demoremos. Há mais mundo. Há mais vida. Há mais amor.