Não se deve ceder a uma chantagem. Nunca.

Crónicas 2 junho 2017  •  Tempo de Leitura: 1

Os terrorismos podem e devem ser combatidos, quer atacando as suas raízes quer controlando as condições que lhes são favoráveis.


A ameaça é uma tentativa de dominar o outro através do medo. No fundo, quem se submete julga que, dessa forma, terá paz. Ora, não é assim. Nunca é assim. Ceder a uma chantagem é criar um precedente enorme, é abrir uma porta que nunca mais se conseguirá fechar.

Depois de uma chantagem vem sempre outra. E assim que entregamos aquilo que nos querem tirar, estamos perante eles, e perante nós mesmos, a aceitar essa mesma troca como se fosse uma regra do jogo da convivência.

Ceder a quem de nós quer obter algo sob ameaça é assinar um compromisso de rendição. É tornar o impossível possível e aceitar que, afinal, o medo é mais forte do que os nossos valores e princípios.

O terrorismo visa atingir a nossa paz, tentando criar uma insegurança que nos impede de viver bem e de forma confiante.

É importante dar notícia da sua existência e sobre as coisas que faz, mas nada mais do que isso.

Os chantagistas combatem-se com a firmeza das convicções de quem neles vê uma fraqueza disfarçada de força, que importa não alimentar.

Uma das maiores armas contra o terrorismo é ignorá-lo. Não o ouvir. Não lhe dar eco. Não lhe dar o que nos quer extorquir. Não nos submetermos nem ao poder da sua força nem à sua vontade de poder. 

[ilustração de Carlos Ribeiro]

Artigos de opinião publicados no site da Agência Ecclesia e Rádio Renascença.

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