Segue-te
A vida trouxe-me aqui. Do tanto que vivi, do tanto que percorri, do tanto que sonhei a vida trouxe-me aqui. Não vos posso dizer que planeei tudo isto. Mas posso afirmar que se sonhasse não pediria tanto. Não se trata da perfeição. Trata-se de olhar ao redor e agradecer pelo que tenho e por quem tenho caminhando comigo. A cada momento temos tudo e todos os que necessitamos para ser feliz. Às vezes não vemos. Às vezes recusamo-nos a olhar. Às vezes simplesmente recusamo-nos a ouvir o nosso coração. Às vezes simplesmente nos recusamos a ouvir-nos.
Faz falta parar e escutar-nos. Faz falta parar e escutar o mundo. Parar e olhar para atrás não como quem julga mas como quem aceita tudo o que foi. Como quem reconhece que tudo o que foi é um caminho até quem é. Precisamos de nos olhar com compaixão, com amor. Precisamos de amar-nos. E amor anda de mão dada com aceitação e respeito. Primeiro nosso depois do outro. Precisamos de cessar-nos da culpa. Precisamos de deixar de cobrar-nos os erros. Precisamos de parar de procurar a perfeição em nós, no nosso caminho e na nossa vida. Aprendamos a ver a beleza nessa imperfeição. Aprendamos a ver cada um dos nossos passos, acontecimentos e atitudes como um degrau no caminho até aqui. Até aqui neste agora onde podemos ser felizes. Onde provavelmente não teremos tudo o que planejámos, teremos outras coisas que nos obrigarão a reinventar-nos, a crescer, a desenvolver-nos e assim evoluir. E assim tornar-nos numa pessoa diferente, melhor a cada dia que passa.
E talvez daqui uns anos ao olhar para trás com outra perspetiva vais perceber como esse obstáculo, essa dificuldade e essa imperfeição foi aquela que te levou àquela pessoa, àquele lugar, àquele momento ou àquele acontecimento. E só por isso vale a pena. Vale tanto a pena que não trocarias nada no mundo, nem em ti, nem os obstáculos.
Confia, a vida sabe sempre onde é o nosso lugar, diz-nos a Sofia Fernandes. Nós também bastamos escutarmos o coração. Confia, a vida sabe sempre como nos levar ao nosso lugar.
Segue-te.