Chegar aonde nos esperam
A vida não é nada do que nós planeámos para ela. Nós não somos nada do que planeámos ser. Sem querer a vida levou-nos onde não esperávamos e com quem não esperávamos. A ironia da vida é que nos dizemos aventureiros e que temos vontade que a vida nos leve aonde esperamos. Porém a vida leva-nos sempre aonde nos esperam, não aonde esperamos. A vida não obedece a quaisquer planos, regras ou princípios. A vida não faz qualquer sentido nem tem equação mais ou menos complexa que explique a sua complexidade. A vida simplesmente é. Igual a si mesma, inesperada, imprevisível, forte. Sim, também é o que fazemos dela. Se trabalharmos muito por algo é mais provável que vá acontecer. Mas como, quando e onde é mistério.
Fernando Pessoa escreveu que “Segue o teu destino, rega as tuas plantas, ama as tuas rosas. O resto é a sombra de árvores alheias”. Mas qual é o nosso destino? O nosso destino é ser felizes amando e permitindo-nos ser amados. O como, onde, quando e o quê é o que muda para cada um de nós. Então, escutemo-nos. Ouçamos o nosso coração. Ninguém melhor que nós sabe o que nos faz feliz, o que nos faz bater mais forte o coração o que nos provoca alegria por ir, por querer ver, por querer saber. Todos somos diferentes e por isso a cada um de nós se sentirá chamado, cativo, por algo diferente. Permaneçamos atentos. Permaneçamos despertos.
Vivamos sem ter medo da vida. Sem ter medo de errar, sem ter medo de a experimentar, de a usar, de quebrar, de pintar, de criar. Vivamos sem ter medo de ser. Vivamos sem ter medo de viver. Porque viver é ser ousado. Se vivamos que vivamos para ser felizes e cometamos a loucura de o fazer ao nosso jeito.
Só quando permitamos que a vida saia dos planos, saia fora do risco. A vida não é um comboio que tenha que estar na linha ou um desenho onde só podemos desenhar dentro do papel. A vida é o que fizermos dela. Mas se nunca nos atrevermos ficaremos para sempre na margem da vida, na nossa margem, na margem do nosso potencial. Então sejamos loucos pintemos fora do risco, andemos fora dos carris, amemos fora das medidas. Vivamos.