O amor anda por aí
O amor anda por aí. Olhemos à nossa volta. Está na nossa família, nos nossos amigos, nas pessoas que nos rodeiam. Ainda que sejamos imperfeitos e nem sempre ousemos partilhar o quanto nos amamos, o quanto nos queremos não significa que não nos amemos. O amor não se faz de palavras, faz-se de gestos, faz-se de olhares, faz-se de abraços e de cafuné. Faz-se de estar e permanecer lado a lado mesmo que e apesar de todos os apesares. Amar é caminhar junto, é crescer junto. Ninguém nasce sabendo tudo, conhecendo tudo. Porém todos nascemos com a vontade e a disponibilidade para aprender e crescer juntos. Assim se vive. Assim se aprende a amar.
O amor é o que nos move, nos remove e nos faz seguir em frente. Senão acreditamos no amor, não acreditamos na vida. Porque sim o amor dá sentido à vida. A minha vida no Perú como missionária trouxe-me a sensação de plenitude, de sentir o amor, de ver como o amor nos une a todos, de ver como nos enche e preenche. Ser missionária e entregar a minha vida todos os dias fez-me perceber o quanto estamos todos ligados. Fez-me sentir que cada pessoa que cruza o meu caminho tem algo de bonito a ensinar-me, tem algo de maravilhoso a partilhar comigo. Fez compreender cada encontro entre duas pessoas como uma aprendizagem. Ser missionária aumenta-te: não em tempo, nem em capacidade. Mas em vontade. Em vontade de amar, em vontade de entrega em vontade de seguir mais além dando-nos, entregando a nossa vida e o que somos. Ser missionária é ter no coração uma feliz vontade insaciável de entrega. É ter as pessoas como família do coração. É tê-las como vizinhas do teu coração. É sentir-nos próximos. É sentir-nos vizinhos. É ajudar e ser ajudado. É aprender na mesma medida em que partilhas. É dar na mesma medida em que recebes. É reciprocidade. É permitires-te crescer. É permitires-te ser.