Há perguntas que nos curam
Nascemos e crescemos com as palavras. A junção de letras, silabas e frases fazem-nos encontrar textos com mais ou menos sentido para a nossa existência. Dizem que a palavra certa, à pessoa certa no momento certo é um acto de sabedoria. Há quem lhe chame também assertividade.
Os caminhos da vida são feitos de muitos diálogos. Os interiores são os que mais nos desafiam e preparam para o encontro com a nossa verdade mais íntima e para os diálogos exteriores. Só quem é capaz de estar consigo mesmo encontra num outro um igual.
O encontro com a voz mais íntima do nosso ser pode ser um trampolim para a mudança que tanto desejamos e ansiamos em nós. E, por ela e com ela, a tão ansiada mudança no mundo.
Percorremos os caminhos da vida à procura de respostas sem que nos interroguemos se estamos a formular as perguntas certas. Precisamos de pontos de interrogação bem colocados para que possamos obter os pontos finais e, ainda assim, nos sabermos peregrinos com muitas perguntas.
Há perguntas que nascem em nós, brotam como água cristalina, e logo as arrumamos sem que deixemos que os diálogos com o texto do diário da vida lhes tragam as respostas necessárias, que só a própria vida – oh, com que sabedoria! – lhes pode dar.
É a vida a maior e melhor escola. Marcados pelo seu ciclo natural, natural é também que em cada etapa nos cruzemos com pontos de interrogação.
Há perguntas que nos curam: somos suficientemente corajosos para as deixar manifestar em nós?
As perguntas são aparições que nos transportam para lá do nosso quadro de conhecimento e entendimento. Abrem horizontes.
Há perguntas que nos curam, pois são estas que nos permitem abrir portas dentro de nós.