«Vinde ver»

Crónicas 18 janeiro 2021  •  Tempo de Leitura: 2

Depois dos discípulos de João, perguntarem onde Jesus morava, ele responde com um simples “vinde ver”. Apesar de ser uma simples expressão, tem um significado muito grande. Jesus convida-os a ir e ver. Só adere a seguir Jesus, quem vai e vê. Porque depois de conhecerem o Messias, já nada mais os faz voltar atrás. Quem vai e vê, acaba por ficar.

 

Quando algum amigo nos pergunta “onde moras?”, fazemos questão de dar todas as indicações para que, não se percam. Gostamos sempre de bem receber, aqueles que nos procuram e fazê-los sentir bem. Ter em atenção todos os pormenores, para que nada falte e eles queiram voltar. Para que da próxima sejam eles a dizer a outros “vinde ver”.

 

No local onde nos sentimos amados e estimados, queremos sempre voltar. Até costumamos dizer “devemos sempre voltar ao lugar onde fomos felizes”. Pois sabemos que, ali e com aquelas pessoas, seremos nós mesmos, sem fingimentos e sem medos. Sentir-nos-emos em casa.

 

Aqueles discípulos aceitaram o convite de Jesus, pois sabiam que com Ele seriam melhores pessoas. Sabiam que a “casa” d’Ele, era o lugar onde deviam estar. Segui-Lo era a sua missão de batizados.

 

Em Moçambique fui e vi muitas moradas de Jesus. Nenhuma mostrava grande riqueza material, mas tinham uma riqueza inatingível de amor e vivência. Numa das últimas comunidades que visitei, a capela, onde se reuniam para rezar e celebrar eucaristia, era toda ela forrada a “capim”. Por entre o “capim” entrava o sol, sentia-se o calor do amor de Jesus a entrar. A forma como eles celebravam, com cânticos e orações, enchia o coração de quem estava presente. Uma comunidade muito pobre de bens essenciais, era rica em amor e fé. A capela tornava-se pequena para acolher tanta gente, ninguém quis faltar ao convite de Jesus. Quem foi e viu, ficou cheio do espírito de amor, que só Jesus nos pode dar.

 

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Não tenhamos medo de seguir Jesus, pois só Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida!

Nasci em 1982, a 4ª filha de 6 irmãos. Natural de Sobrado, Valongo. Sou escriturária de profissão.

Somos uma família católica e, os meus pais, sempre nos guiaram no caminho de seguir Jesus, frequentando a catequese e a Eucaristia.

Desde cedo quis ser catequista e quando terminei o percurso catequético, fui catequista. Hoje ainda sou, para além de participar noutros grupos paroquiais.

Sempre tive vontade de partir em missão, muitas vezes o medo ou a insegurança, fizeram me recuar. Não sou pessoa de ter coragem, de dar o primeiro passo. Mas, sempre que via reportagens ou artigos sobre pessoas que partiam em missão, o meu coração “contorcia-se”. Eu sabia que tinha que ir. Em 2017 surgiu a oportunidade de embarcar numa missão para o Uganda e depois em 2018 para Moçambique.

Nestas experiências percebi e aprendi, que sou mais feliz quando faço os outros felizes. Que com pouco posso fazer muito. Não existem barreiras que nos dividam com ninguém.

Ali aprendi quem é o meu próximo! Se o podia ter descoberto aqui na minha paróquia? Claro que sim. Mas estas missões servem para sairmos de nós mesmos e sentirmos a necessidade de ir ao encontro do outro. Num contexto social diferente os nossos olhos “transformam-se” e aprendemos a ver doutra forma.

Posso dizer que fui muito feliz!

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