Ai de mim….
São Paulo vê na evangelização uma obrigação. Podemos nos perguntar, “mas anunciar o Evangelho não é uma ação livre, mas uma obrigação?”. Quando ele diz “Ai de mim, se não evangelizar”, não devemos pensar que se, não o fizer, será punido, mas que, o Amor que ele sente por Jesus e pela sua missão, não o pode deixar indiferente. Todo aquele que encontra Jesus e acolhe a Sua missão, sente-se na “obrigação” de o anunciar. Pois não querem ficar com aquele “tesouro” só para eles, também os outros devem conhecer e amar Jesus.
Também nós, batizados temos uma missão, levar Jesus aos outros. Cheios do seu Espírito, somos impelidos a partir. Não importa onde iremos, mas qual o intuito que nos leva a ir. Não devemos ter medo de arriscar e partir.
Durante a minha caminhada catequética, sempre disse que queria ser catequista. Nunca, na minha inocência infantojuvenil, pensei que a missão de catequista fosse tão nobre e importante. Todo o trabalho que acarreta, é compensado pelo sorriso e alegria daqueles, a quem levamos a mensagem. Ser catequista não é apenas transmitir conhecimentos, é ser a voz de Jesus nos dias de hoje. Somos uma peça fundamental, na formação daqueles que nos são colocados no caminho. E quando nos envolvemos nesta alegria da evangelização, temos vontade de “voar” mais alto. Queremos mais e mais. Foi nesta dinâmica que tive a certeza que tinha que ir. Fazer missão noutros lugares, noutras realidades, só assim iria sentir a missão realizada.
Fazer catequese, não é só nas salas (ou por videochamada, como nos dias de hoje), é principalmente ir ao encontro, ir às periferias. É mostrar que Jesus é tudo para nós e isso basta.
Nas minhas viagens pelas comunidades de Massangulo (Moçambique), vi várias formas de evangelização. Entendi que não é preciso, seguir à risca aquilo que está escrito no guia, o importante é a mensagem chegar. Às vezes basta um sorriso ou um abraço, para o outro entender que o outro é irmão e que traz o amor de Jesus. Muitas vezes levávamos “almoço” para 6 pessoas, mas no final eramos 12 e ninguém ficava sem comer. Na pobreza e simplicidade daquele povo, aprendi o verdadeiro significado de partilha. Todos os valores que Jesus transmitiu, estavam lá. Partilha, amor, amizade, alegria…
Por essa razão não devemos guardar para nós a alegria do Evangelho. Devemos sair, ir ao encontro e levar aos outros Jesus, o verdadeiro Messias.
Ai de mim se não evangelizar!