Quaresma – Subir à montanha

Crónicas 22 fevereiro 2021  •  Tempo de Leitura: 2

Neste tempo santo da Quaresma, somos chamados a ir mais além. A ver além daquilo que é visível aos olhos do Homem.

 

É um tempo de reflexão, recolhimento, oração e caridade. Somos convidados a parar e viver no silêncio do deserto, para que no final possamos viver alegremente a Páscoa de Cristo. Este ano, em confinamento, provavelmente, teremos mais tempo para fazer uma caminhada quaresmal mais completa. Sentiremos algumas das privações que Jesus passou, naqueles 40 dias no deserto, antes de começar a sua vida pública. Seremos muitas vezes tentados, mas iremos resistir, pois Deus está connosco. Não é um caminho fácil, mas se Deus nos “traçou este trilho” é porque sabe que iremos conseguir fazê-lo. Será como subir uma montanha, de grande altitude, que não conhecemos, mas com ajudas e orações, alcançaremos o topo.

 

Na minha passagem por Massangulo (Moçambique) tive a oportunidade de subir a montanha, não foi nada fácil. Mas chegar ao topo foi uma sensação única de liberdade, paz e conquista. Poder, lá em cima, celebrar a Eucaristia, foi realmente especial. Sentir a brisa de Deus, realmente não tem preço. Ali, no topo da montanha de Massangulo (Monte Cruz), senti-me próxima de Deus, consegui imaginar Jesus lá em cima a ensinar, a caminhar comigo e acima de tudo, a dar-me a mão nos momentos mais difíceis da jornada.

 

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Há um cântico que aquela gente entoava que nunca mais esqueci:

 

“Subirei à Montanha Santa do senhor, pra anunciar a Boa Nova. Subirei à Montanha Santa do Senhor, pra anunciar a Boa Nova da Redenção.”

 

Quaresma é o subir à montanha, com pausas para apanhar ar e recarregar energias. Sem nunca desistir. Na minha subida à montanha de Massangulo, algumas vezes pensei em desistir, mas Jesus, presente naqueles que me acompanhavam, nunca deixou. Ele queria que eu chegasse àquele topo maravilhoso, àquele lugar único e especial. Queria que celebrasse com Ele a alegria da Ressurreição, na Eucaristia.

 

Sejamos corajosos e persistentes neste caminho quaresmal e façamos da Eucaristia Dominical, o recarregar de energias. Para que no final, no topo da montanha, possamos celebrar juntos a grande festa da Páscoa.

tags: Ana marujo

Nasci em 1982, a 4ª filha de 6 irmãos. Natural de Sobrado, Valongo. Sou escriturária de profissão.

Somos uma família católica e, os meus pais, sempre nos guiaram no caminho de seguir Jesus, frequentando a catequese e a Eucaristia.

Desde cedo quis ser catequista e quando terminei o percurso catequético, fui catequista. Hoje ainda sou, para além de participar noutros grupos paroquiais.

Sempre tive vontade de partir em missão, muitas vezes o medo ou a insegurança, fizeram me recuar. Não sou pessoa de ter coragem, de dar o primeiro passo. Mas, sempre que via reportagens ou artigos sobre pessoas que partiam em missão, o meu coração “contorcia-se”. Eu sabia que tinha que ir. Em 2017 surgiu a oportunidade de embarcar numa missão para o Uganda e depois em 2018 para Moçambique.

Nestas experiências percebi e aprendi, que sou mais feliz quando faço os outros felizes. Que com pouco posso fazer muito. Não existem barreiras que nos dividam com ninguém.

Ali aprendi quem é o meu próximo! Se o podia ter descoberto aqui na minha paróquia? Claro que sim. Mas estas missões servem para sairmos de nós mesmos e sentirmos a necessidade de ir ao encontro do outro. Num contexto social diferente os nossos olhos “transformam-se” e aprendemos a ver doutra forma.

Posso dizer que fui muito feliz!

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