Reconciliação e Quaresma

Crónicas 28 março 2022  •  Tempo de Leitura: 2

No tempo de Quaresma somos convidados a retirar-nos. Retirar-nos de nós e das nossas coisas, de forma a termos um encontro direto e pessoal com Deus e Jesus.

 

Recordando a Parábola do Filho Pródigo (ou do Pai Misericordioso), somos chamados a viver a reconciliação, depois de nos arrependermos das nossas faltas, devemos nos reconciliar com Deus e com o irmão. Pois se dizemos que amamos a Deus e não amamos o irmão, somos mentirosos. Como podemos não amar o irmão, que vemos e amar a Deus, a quem não vemos?

 

Na relação com os outros, devemos ter em conta que ninguém se deve sentir superior ao outro. Só há uma verdadeira relação de amor, quando há conhecimento e respeito. Ninguém ama aquilo que não conhece. E nós só conseguimos conhecer o outro, quando nos conhecemos, verdadeiramente, a nós mesmos.

 

Só quando eu me conheço e sei os meus limites, é que estou pronto para conhecer o outro. Conhecer de forma a poder amá-lo, amando tudo no outro, os seus defeitos e as suas virtudes, só assim o amor é verdadeiro.

 

Deus, como Pai, conhece cada um dos seus filhos e ama-os de uma forma plena e perfeita. É capaz de suportar os nossos pecados e aflições, sem nunca se cansar de perdoar e amparar. E nós nunca devemos parar de pedir e agradecer por este imenso amor que Deus nos tem.

 

Quando contemplamos a criação percebemos que Deus, por nos amar tanto, teve cuidado com todos os pormenores, para que nada nos faltasse. Fê-lo como um Pai prepara a chegada de um filho.

 

O Pai da Parábola do Filho Pródigo, apesar de saber que o filho errou, nunca se cansou de esperar pelo seu arrependimento e regresso. Recebeu-o de braços abertos e cobriu-o de beijos, assim também procede Deus connosco. Podemos dizer que Deus é Amor!

 

No sacramento da Reconciliação, encontramos a paz que precisamos, para melhor, vivermos este tempo de Quaresma. É um momento de verdadeiro reconhecimento e arrependimento das nossas faltas e culpas e depois o reconforto e encontro com Deus Pai, que nos perdoa e nos conduz.

 

Deixemo-nos apaixonar por Deus, de forma que ele seja o ar que respiramos e principal motivo pelo qual amamos e nos sentimos amados!

 

Quando nos sentimos amados, somos capazes de amar! Amor gera amor!

tags: Ana marujo

Nasci em 1982, a 4ª filha de 6 irmãos. Natural de Sobrado, Valongo. Sou escriturária de profissão.

Somos uma família católica e, os meus pais, sempre nos guiaram no caminho de seguir Jesus, frequentando a catequese e a Eucaristia.

Desde cedo quis ser catequista e quando terminei o percurso catequético, fui catequista. Hoje ainda sou, para além de participar noutros grupos paroquiais.

Sempre tive vontade de partir em missão, muitas vezes o medo ou a insegurança, fizeram me recuar. Não sou pessoa de ter coragem, de dar o primeiro passo. Mas, sempre que via reportagens ou artigos sobre pessoas que partiam em missão, o meu coração “contorcia-se”. Eu sabia que tinha que ir. Em 2017 surgiu a oportunidade de embarcar numa missão para o Uganda e depois em 2018 para Moçambique.

Nestas experiências percebi e aprendi, que sou mais feliz quando faço os outros felizes. Que com pouco posso fazer muito. Não existem barreiras que nos dividam com ninguém.

Ali aprendi quem é o meu próximo! Se o podia ter descoberto aqui na minha paróquia? Claro que sim. Mas estas missões servem para sairmos de nós mesmos e sentirmos a necessidade de ir ao encontro do outro. Num contexto social diferente os nossos olhos “transformam-se” e aprendemos a ver doutra forma.

Posso dizer que fui muito feliz!

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