Outubro, mês das Missões: «Sereis minhas testemunhas»

Crónicas 10 outubro 2022  •  Tempo de Leitura: 2

Quando nos solicitam que sejamos testemunha de alguém ou de algum acontecimento, temos plena consciência que só podemos testemunhar o que vimos e ouvimos, ou o que vivemos.

 

Jesus pediu aos seus discípulos para serem suas testemunhas, para que a sua mensagem chegasse a todos. Pois eles viram, ouviram e viveram a vida de Jesus como sendo sua.

 

Hoje em dia, cabe-nos a nós ser suas testemunhas. Ser testemunha de Jesus é viver a nossa vida como exemplo para os outros. É viver uma vida de total entrega aos outros.

 

Ser testemunha do amor é dar-se por amor! Ser missionário é isto mesmo, ser testemunha do grande amor que Jesus tem por cada um de nós. Ser missionário é entregar-se ao outro sem esperar nada em troca. É levar Jesus aos outros, como quem oferece o melhor e maior presente.

 

Sempre tive a vontade de partir em missão, mas sempre me faltou a coragem. Mas depois da primeira experiência, a vontade de repetir, uma e outra vez, é cada vez maior. Nunca nos cansamos de ir ao encontro do outro, de sair do nosso conforto e partir em busca do desconhecido, mas na certeza que iremos encontrar irmãos, de braços abertos, para nos receber.

 

Durante a experiência missionária, vivemos momentos de verdadeiro encontro com o outro e com Deus. E apesar de muitas diferenças visíveis (culturais, linguísticas e raciais), percebemos que afinal somos todos iguais. Amamos, choramos, rimos e principalmente vivemos com o sentido de entreajuda.

 

Existe uma frase que os moçambicanos usam que, resume tudo isto que é ser testemunha de Jesus. “Tamos juntos”, é quase como que um cumprimento entre eles. Mas é também reflexo da vivência, porque aconteça o que acontecer, seja em que luta estiveres “tamos juntos”. Nunca estamos sós.

 

Ser missionário é ser e estar com o outro! Ser missionário é ser feliz!

Nasci em 1982, a 4ª filha de 6 irmãos. Natural de Sobrado, Valongo. Sou escriturária de profissão.

Somos uma família católica e, os meus pais, sempre nos guiaram no caminho de seguir Jesus, frequentando a catequese e a Eucaristia.

Desde cedo quis ser catequista e quando terminei o percurso catequético, fui catequista. Hoje ainda sou, para além de participar noutros grupos paroquiais.

Sempre tive vontade de partir em missão, muitas vezes o medo ou a insegurança, fizeram me recuar. Não sou pessoa de ter coragem, de dar o primeiro passo. Mas, sempre que via reportagens ou artigos sobre pessoas que partiam em missão, o meu coração “contorcia-se”. Eu sabia que tinha que ir. Em 2017 surgiu a oportunidade de embarcar numa missão para o Uganda e depois em 2018 para Moçambique.

Nestas experiências percebi e aprendi, que sou mais feliz quando faço os outros felizes. Que com pouco posso fazer muito. Não existem barreiras que nos dividam com ninguém.

Ali aprendi quem é o meu próximo! Se o podia ter descoberto aqui na minha paróquia? Claro que sim. Mas estas missões servem para sairmos de nós mesmos e sentirmos a necessidade de ir ao encontro do outro. Num contexto social diferente os nossos olhos “transformam-se” e aprendemos a ver doutra forma.

Posso dizer que fui muito feliz!

Subscrever Newsletter

Receba os artigos no seu e-mail