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“A palavra de Deus convida-me a partilhar os meus talentos.” assim estava escrito na pequena e acolhedora capela. Depois de perguntar a uma senhora que ali estava como nós para a missa confirmou-me que seria a mensagem deste ano. Deus convida-nos em cada dia a partilhar os nossos talentos. Deus convida-nos em cada dia a partilhar a nossa vida.
Foi entregando a minha vida à missão e pelos caminhos do Peru que descobri o sentido da alegria na pobreza. Jesus encarnou tornando-se o primeiro missionário. Só é missionário quem segue os seus passos. Jesus caminhou com os pobres, viveu para os pobres e amou os pobres. Todos nós somos esses pobres. Todos nós em algum momento da nossa vida somos esses pobres com necessidade da riqueza do amor de Deus. Todos nós somos esses pobres com necessidade do perdão e misericórdia. Só vivendo as nossas fragilidades, as nossas pobrezas, podemos entender o verdadeiro milagre do amor de Deus. Só quem já sofreu sabe a alegria que é encontrar aquele abraço que nos faz regressar a casa. Assim é Deus para connosco.
Deus opera em nós, através de nós e connosco milagres. Deus fez do sofrimento, tristeza, dor e melancolia um atalho no caminho de felicidade que pretende para cada um de nós. Deus teve um sonho de amor para cada um de nós. Deus ama-nos e faz-nos a nós um convite repetindo-nos como repetiu a Pedro: “Tornou a dizer-lhe uma segunda vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Disse-lhe ele: Sim, Senhor; tu sabes que te amo. Disse-lhe ele: Apascenta as minhas ovelhas.” (Jo 21, 16)
Este convite torna-se real quando há uma menina que te fala que foi salva por Deus e que sabe que tem uma missão na terra. Todos nós somos essa menina. A todos nós Deus salva e opera milagres. Façamos da nossa vida uma resposta positiva a este constante convite a partilhar os nossos talentos e dons. E, tal como diz a música: “Dizem que os bons não nascem por acaso, tens tanto a fazer” (Bom Destino, Márcia).