Onde não forem felizes não demorem
Quantas vezes nos achamos incapazes? Quantas vezes chegamos a casa carregados de culpa? Quantas vezes nos colocamos a brincar ao jogo da culpa e dos “e se”? Trazemos connosco tantas vezes a carregada mochila da culpa de não ter ido onde nos pediram e de não ter chegado onde queríamos. Tantas são as coisas com as quais nos comprometemos que são tão difíceis de conseguir e que quando não conseguimos julgamo-nos errados, culpando-nos. E o peso da mochila aumenta tanto que por vezes nos dificulta o caminhar. Larguemos a mochila. Lembremo-nos que “o essencial à vida é invisível aos olhos” (Antoine Saint- Exupery). O Advento convida-nos a que sejamos peregrinos. Menosprezamos vezes demais os inícios pequenos, os pequenos passos. Lembremo-nos que é o próprio Jesus que se faz pequeno e que neste natal nasce na humildade de cada um dos nossos corações. Jesus nasce em nós com todos os nossos defeitos e fragilidades. Não tenhamos medo de inícios pequenos. Não tenhamos medo de cair, pelo contrário sigamos em frente certos de que só caídos no chão teremos uma melhor visão do céu.
Quando nos propormos algo que nos parece longe demais, difícil demais lembrem-se que a única coisa que Deus nos chama a cada momento é a ser, simplesmente ser. Por vezes perdemo-nos nesta simplicidade julgando que de tão simples dificilmente nos levará longe. Já pensaram no quão leve a vida se torna ao percebermos que há alguém que me ama tanto que o sítio que escolhe para nascer é o meu coração? Jesus nasce-nos neste advento pedindo-nos, simplesmente, que sejamos. Fomos criados para ser. Sendo encontraremos o nosso caminho de felicidade. Já pensaram na quantidade de pessoas que podem fazer felizes se vocês estiverem felizes?
Onde não forem felizes não demorem. Onde não puderem ser vós não tardem. Quando vos castrarem, vos diminuírem e vos fizerem sentir errados, insuficientes e incapazes lembrem-se que por muito duro que pareça nasceram para ser felizes. Nunca nos esqueçamos que a nossa primeira missão é o amor. Mas o amor só é possível se estamos felizes. Por isso somos chamados ao amor na mesma medida que somos chamados à felicidade. Lembrem-se se Deus nos ama tal como somos quem somos nós para não retribuirmos amando-nos, amando-O, e sendo felizes?