Religião está a perder importância nos países árabes
O número de pessoas que se afirmam não religiosas tem vindo a aumentar nos últimos cinco anos em onze países do Médio Oriente e norte de África, segundo conclui o Barómetro Árabe, elaborado para o serviço árabe de notícias da BBC.
O inquérito, realizado entre os últimos meses de 2018 e a Primavera deste ano, recolheu as opiniões de mais de 25 mil pessoas de 11 nações predominantemente muçulmanas (Argélia, Egipto, Iémen, Iraque, Jordânia, Líbano, Líbia, Marrocos, Palestina, Sudão e Tunísia).
Na Tunísia, cerca de 30 por cento dos inquiridos afirmou não ser religioso e, na Líbia, esse sentimento foi manifestado aproximadamente por um em cada quatro pessoas. Em ambos os países, essa expressão duplicou no espaço de cinco anos e a tendência é mais notória nas faixas etárias até aos 30 anos.
Os valores mais elevados de religiosidade foram declarados no Iémen, Iraque e Jordânia, com percentagens de não-religiosos inferiores a dez por cento.
Em cada um dos países, pelo menos um em cada cinco inquiridos pondera emigrar, sendo que no Sudão cerca de metade pensa fazê-lo, embora essa intenção tenha descido relativamente há cinco anos atrás. A Europa é o principal destino desejado, essencialmente em vários países do Norte de África – argelinos (66%), marroquinos (64%) e tunisinos (57%). Mais abaixo nesse destino estão os palestinianos (39%), líbios (38%) e iraquianos (37%). No Egipto, Sudão e Iémen, a região do Golfo Pérsico é a preferida para emigrar, enquanto a América do Norte é a região mais apontada na Jordânia e no Líbano.
Os libaneses e os marroquinos são os mais favoráveis a verem o cargo de presidente ou primeiro-ministro do seu país ocupado por uma mulher. Por outro lado, pouco mais de um quarto (27%) dos argelinos auscultados pelo estudo aceitam os assassínios de honra.No Líbano, Territórios Palestinianos e Tunísia é onde essa prática é menos aceite (8%).
A homossexualidade é tolerada sobretudo por argelinos e marroquinos (26% e 21%, respectivamente), enquanto na Palestina (5%) e Líbano (6%) se verificam os números mais baixos de aceitação.