XVIII TC: «Senhor, dá-nos sempre desse pão» - Ano B

Liturgia 5 agosto 2018  •  Tempo de Leitura: 4

Insatisfação…
Aquele gosto amargo quando não estamos totalmente satisfeitos com o que temos,
com quem somos, nem com o que nos rodeia e deixa-nos num estado de ansiedade que nos leva à loucura.
Ficamos revoltados e queremos que a nossa vontade seja a nossa realidade,
independentemente de tudo o que possamos ou não merecer…
Colocamos os nossos ideais à frente de tudo e de todos e quantas vezes agimos como bulldozers:
destruímos tudo por onde passamos (apenas com palavras repletas de ódio e sem fundamento).

 

Esta revolta interior transforma cada um de nós em rostos fechados e em corações de pedra.
O resultado desta metamorfose não é o nascimento de uma bela borboleta, que vem para colorir o mundo,
mas sim uma praga de aranhas que nos tecem uma teia gigante à volta dos olhos,
e não nos deixa ver o que é realmente importante!
Esta cegueira deixa-nos de cabeça quente.
Desejamos voltar para o mal que já conhecemos, preferível ao desafio de ultrapassar o pequeno obstáculo,
que nos leva à felicidade plena e ao cumprimento da vontade do Pai:
«Antes tivéssemos morrido às mãos do Senhor na terra do Egipto,
quando estávamos sentados ao pé das panelas de carne e comíamos pão até nos saciarmos.»

 

Durante toda a existência da humanidade foi assim e, hoje, temo ainda mais… pois assim será, eternamente,
só com um “senão” mais forte: no nosso tempo, à mesa, em família, infelizmente já não
«…ouvimos nem aprendemos, os nossos pais nos contaram,
os louvores do Senhor e o seu poder  e as maravilhas que Ele realizou.»
Ficamos na insatisfação de uns e outros…
Perdemos o que é Bom no Antigo e somos atingidos pela fome insaciável «da futilidade dos pensamentos.»
«É necessário abandonar a vida de outrora e pôr de parte o homem velho, corrompido por desejos enganadores.»

 

É para que o nosso coração não endureça, para que a nossa coragem saiba celebrar a Esperança, SEMPRE,
que a Liturgia do 18º domingo do Tempo Comum do ano B, é-nos atirada do Céu:
«…meu Pai é que vos dá o verdadeiro pão do Céu. O pão de Deus é o que desce do Céu para dar a vida ao mundo»

 

Esta vida que encontramos, quando olhamos para o Pão ázimo com os olhos da FÉ!
Quando sentimos que, por muito que a vida esteja pintada de preto, Jesus é o Pão branquinho e saboroso
que vem colori-la com a abundância dos sentimentos: Paz, Justiça, Perdão e Amor!

 

Porque ficamos à espera que o pão volte a descer do céu?
O Verdadeiro Pão está ao nosso lado!

 

Sentes fome? Sentes sede?
Procura o Senhor da VIDA! Fala-Lhe! Pede-Lhe o Pão VIVO!
Não permaneças no desespero de quem pensaque nada tem!
HOJE, Jesus volta a dizer:
«Trabalhai, não tanto pela comida que se perde,
mas pelo alimento que dura até à vida eterna e
que o Filho do homem vos dará.»

 

Que a nossa metamorfose comece hoje e agora! (Sozinhos nada somos!)
Atreve-te a sair do casulo e deixa-te de insatisfações que não te levam à felicidade nem te saciam!
Não Te percas no caminho dos “Porquês?”, nem na ambição desta sede pelo poder!
És Filho de Deus, criado à Sua semelhança!

 

Se acreditares no milagre do Pão, se matares a sede de Fé que te afasta do Amor ao próximo,
serás uma borboleta bela e livre que «…nunca mais terá fome, (…) nunca mais terá sede!»

Liliana Dinis

Cronista Litúrgica

Liliana Dinis. Gosta de escrever, de partilhar ideias, de discutir metas e lançar desafios! Sem música sente-se incompleta e a sua fonte inspiradora é uma frase da Santa Madre Teresa de Calcutá: “Sou apenas um lápis na mão de Deus!”
Viver ao jeito do Messias é o maior desafio que gosta de lançar e não quer esquecer as Palavras de S. Paulo em 1 Cor 9 16-18:
«Porque, se eu anuncio o Evangelho, não é para mim motivo de glória, é antes uma obrigação que me foi imposta: ai de mim, se eu não evangelizar. (…) Qual é, portanto, a minha recompensa? É que, pregando o Evangelho, eu faço-o gratuitamente, sem me fazer valer dos direitos que o seu anúncio me confere.»

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