Na Cruz

Liturgia 19 abril 2025  •  Tempo de Leitura: 4
Diante da mais bela e profunda expressão de Amor que a história da humanidade já conheceu, só nos resta o silêncio, a contemplação e a gratidão. 
 
Aquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida, morreu. Aquele que nunca fez nem nada disse de mal foi assassinado.
 
Contudo, mais do que lhe terem tirado a vida, a verdade é que Ele quis dá-la por nós e para a nossa salvação. 
 
Porque quis que o seu sangue fosse o sinal mais sublime da ternura de Deus pela humanidade. Para nos oferecer a verdadeira vida e a autêntica felicidade. 
 
Ele deu-se inteira e completamente para ressuscitarmos daquilo que nos oprime, escraviza e empobrece. 
 
Nasceu para morrer por todos. 
 
Voltaria a fazê-lo se necessário fosse. 
 
Mesmo se não existisse ninguém mais no universo a não ser cada um de nós. 
 
Mesmo se continuarmos a viver o nosso quotidiano como se Ele não existisse. 
 
Imenso mistério que jamais compreenderemos pela inteligência. 
 
Porque o essencial não cabe nos princípios da racionalidade e da ciência. Porque as razões do coração e da alma são infinitamente mais importantes e valiosas. 
 
Na Cruz, a fé vence a dúvida e a incerteza, a esperança vence o desânimo e o pessimismo, e o Amor vence o ódio e o egoísmo. 
 
Novos horizontes, novos sentidos e valores para a existência, novos pontos de vista e perspetivas para uma vida em plenitude. 
 
Ele quis propor-nos um projeto de salvação e continua a desafiar-nos a procurarmos salvar e a dar a vida uns pelos outros. Não conseguimos salvar o mundo, mas podemos sempre salvar a vida de alguém. 
 
Sempre que olharmos o outro como irmão e lhe dermos a nossa mão, estaremos a amar o próximo e a construir um mundo mais humano, justo e solidário.
 
Juntos e com Ele, seremos melhores e mais fortes. 
 
Ele e a humanidade precisam de cada um de nós. 
 
Da nossa melhor versão. 
 
Podemos e devemos afetiva e efetivamente fazer a diferença.
 
Mais do que de palavras, intenções e conselhos, o mundo precisa do que somos, sabemos, sentimos, pensamos e fazemos. 
 
Mais do que de coisas extraordinárias, precisamos todos de gestos simples e concretos, cheios de altruísmo, verdade, pureza e bondade. 
 
A radicalidade com que Ele viveu e morreu pelo que acreditava é um convite a sermos pessoas de carácter, comprometidas e responsáveis uns pelos outros. 
 
Assim como no Natal, a figura essencial é o menino de Belém, também na Páscoa, o único protagonista é o mesmo Jesus de Nazaré.
 
Chegada a plenitude dos tempos, o Filho de Deus encarnou o seio de Maria para nos redimir com a sua morte e ressurreição.
 
O madeiro da cruz diz-nos que Deus desce até nós em Jesus Cristo para nos elevar para Si e, ao mesmo tempo, através d’Ele, abre os braços, envolvendo toda a humanidade como uma só família.
 
Sejamos dignos e merecedores de tão inefável e desmesurada prova de Amor.
 
Apesar das nossas fragilidades e debilidades, acolhamos a Vida na nossa vida e deixemo-nos renascer, renovar e transformar a sério e de uma vez por todas.
 
Seja Primavera na nossa existência, brote vida nova na nossa história e floresça ânimo, confiança e otimismo no nosso dia-a-dia.

tags: Paulo costa, Cruz

Paulo Costa

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