Sou açoreana e vivo atualmente com meu marido e filho de 2 anos na Ilha Terceira, Açores. 

Ser mãe foi sempre um pensamento presente mas adiado ao longo da minha vida. O medo de ser mãe e de tomar conta de um ser tão pequeno fazia com que eu não tivesse “pressa” de construir um laço afetivo tão forte. 

Sou conhecida pelos meus amigos por ser uma pessoa distraída, cabeça no ar mas sempre com uma atitude positiva perante a vida. Há dois anos que sou mãe de um menino maravilhoso chamado Afonso. Ele mudou a minha vida para sempre. 

Nem tudo foi um sonho. Os primeiros meses foram uma pequena tortura, não sabia o motivo do choro. Ainda sinto por vezes que estou a falhar e a insegurança é inevitável, o que fazer?  

Depois há momentos em que olho para o sorriso do Afonso e vejo um menino feliz e penso: Afinal até sou uma boa mãe! Ser mãe é dar tudo! É amar, é aprender a arte de ser mãe, esposa e mulher. Na minha perspectiva ser mãe é um desafio diário, faz com que eu me torne um ser humano cada vez melhor.

Posso dizer que o momento marcante enquanto mãe foi a madrugada em que o Afonso nasceu. A enfermeira do hospital deu-me o Afonso nos braços para ser amamentado. Pegar naquele ser tão frágil e ter aquele olhar fixo em mim fez-me logo pensar: E agora? Vou conseguir ser mãe?

Mesmo com todas as inseguranças diárias, questões e falhas, nunca devemos esquecer que somos a melhor mãe do mundo. A mãe é quem sabe, a mãe conhece o seu filho, sabe do que ele mais precisa! 

Atitude positiva perante a vida é fundamental! 

Acredito que Deus está sempre a orientar o nosso caminho. 

Ser mãe é errar mas aceitar e andar para a frente e viver cada dia com muita paciência e acima de tudo, muito amor! 

No meio de mil tarefas domésticas e dias de muito cansaço, devemos nunca esquecer de parar e ouvir os nossos filhos, brincar e comunicar com eles. Eles vão ser um dia um reflexo daquilo que acreditamos e valorizamos na vida! 

[© Testemunho de Michele Marie Reys | 2014]