31 de ser MÃE: «Ser mãe, para mim, é ser um farol»
Há sete anos, no Dia da Mãe, tornei-me mãe. Independentemente do tamanho da nossa família e tenhamos nós muito ou pouco contacto com crianças, julgo que não é possível saber o que é ser mãe sem o sermos nós próprias. É uma missão difícil, repleta de alegrias e de desafios.
Depois de 31 semanas de uma gravidez muito desejada mas também bastante complicada, nasceram os meus filhos trigémeos, duas meninas e um menino. Fui sujeita a anestesia geral, para que o parto (não planeado) fosse realizado com a maior rapidez possível. Quando acordei, os bebés estavam na Unidade de Cuidados Intensivos do Serviço de Neonatologia, em condição estável. Lentamente, foram-se restabelecendo os laços entre mim e eles. A equipa de enfermagem procurou ajudar-me a aprofundar a relação com eles, dificultada pelo meu receio de sequer tocar bebés tão pequeninos e frágeis. A prematuridade e baixo peso implicaram estadas de quatro a seis semanas no Serviço de Neonatologia, bem como uma preocupação permanente com a alimentação e desenvolvimento nos primeiros meses de vida. Quase sete anos depois, continuo preocupada com o bem-estar físico e psicológico dos meus filhos, mas tenho a alegria de ouvir “gosto muito de ti, mamã” e de os ver brincar, aprender, sorrir.
Ser mãe, para mim, é ser um farol: iluminar o caminho, para ajudar a ultrapassar os obstáculos e antecipar eventuais perigos. É estar atenta à personalidade e talentos de cada filho e ajudá-los a desenvolver todo o seu potencial. É ser paciente, mas firme. É aprender todos os dias, com eles e para eles.
Apesar das dificuldades que tenho sentido como mãe, tenho a noção de quão afortunada tenho sido e sei que há mães com desafios muito mais complicados do que os que eu tenho enfrentado. Espero que tenham o apoio de que necessitam e que tenham a coragem e a energia para os ultrapassar.
[© Testemunho de Raquel Silva | 2014]