Sou uma mulher da aldeia, fui crescendo com o modelo presente da minha mãe, com o qual sempre sonhei um dia vir a ser. Super dona de casa e SUPER Mãe…

Por vezes achei que não era uma rapariga normal, pois muitas das minhas colegas de escola, não tinham a mesma opinião do que eu.  Fui alvo de muita risota.

A 28 de Maio, casei-me e logo decidimos ter 5 filhos, fui mãe pela primeira vez aos 29 anos. O mais engraçado é que achei ser tarde demais, agora digo nunca é tarde para se ser mãe.

Existiram momentos em que não tive a certeza de que realmente estava preparada para esta difícil tarefa, mas é como um desejo, é um sonho, é como se nos calha-se a lotaria. Contudo não há dinheiro algum que pague o amor que sinto pelos filhos. Sei que sofri por antecipação, faz parte do ser humano, principalmente quando imaginava o momento de “dar á luz”.

Quando o Lucas nasceu, nós pais também nascemos de novo. É-nos dado um voto de confiança, existe Alguém superior que acredita em nós. Sabe que és capaz de cuidar daquele ser tão indefeso.

Foi aí que eu senti esse poder, quando dei mama ao meu filho sem dúvidas foi a melhor experiência, emocionante e única. Sou capaz… Ouvi-lo a engolir o leite que o alimentava, foi bom demais.

O meu sonho duplicou: nasceu o Mateus e a Miriam. O Lucas com 8 anos, o Mateus 6 e a Miriam 3.

Neste momento, estou um pouco “cansada”, sei que foram todos desejados, mas ao crescerem o trabalho também aumentou, “filhos criados, trabalhos redobrados”, são crianças turbulentas mas muito felizes. Para já, não ansiava ser mãe novamente.

Agora que sou mãe de 3 filhos,  posso dizer-vos o quanto é difícil ser-se uma super mãe. Ainda não o sou, acredito que um dia o seja. Obrigada minha querida MÃE…

Se o vosso sonho, for igual o meu, não esperem pelo momento certo, joguem na lotaria todos os meses pode ser que um dia, a sorte vos bata á porta.

Sou uma mãe abençoada e novamente a lotaria bateu-me á porta, estou grávida, vou ser mãe do meu 4º filho…

[© Testemunho de Cláudia Serrazina | 2014]