Um truque de inteligência espiritual para este Natal
Essas pessoas podem até desempenhar o seu papel com total entrega e sacrifício - e serem reconhecidas pela sua competência e pela sua excelência - mas identificam-se de tal maneira com isso que o confundem com o seu valor pessoal e desconhecem que possam viver de outro modo.
Isso nota-se quando começam a precisar de se defender com respostas exageradas ou mesmo mentiras. Vê-se quando resistem a mudanças e forçam a manutenção de situações insustentáveis ou nefastas para quem as rodeia. Vê-se quando tomam posições de força. Quando impõem limites por tudo e por nada. Vê-se isso quando se impacientam e se irritam com facilidade. Tornam-se agressivas. Fazem uso de violência - verbal, psicológica ou física.
E tudo isto porque, desencontradas de si mesmas e da sua essência (fonte da verdadeira autoestima), precisam de ir buscar o seu valor e bem estar a algum lado! Torna-se para elas uma questão de sobrevivência: não se sentindo amadas, podem até preferir ser odiadas a serem ignoradas.
E é aí que caem numa armadilha: à falta de perceção do seu valor intrínseco, à falta de sentido de estima por si mesmas e desesperadas por algo que as nutra e lhe dê chão, deixam-se manipular por um 'ego' não saudável que, tipicamente, procura fortalecer-se através do que tem, do que faz ou do que parece.
É isso que determina comportamentos como o apego a cargos ou à propriedade, a voracidade nas compras, a competitividade exacerbada, a dependência da imagem, do elogio ou a necessidade de aparecer sob os holofotes e ser aplaudido e louvado por todos. É esse mesmo mecanismo que as faz continuar a apegar-se a um determinado papel, seja ele de pai, mãe, presidente da junta, de um clube, de uma IPSS ou uma nação, chefe, administrador, cuidador, jardineiro, responsável das chaves, ou das flores da igreja - qualquer função que atribua um pouco de importância à pessoa encarregue.
Isso explica também o porquê de haver pessoas conhecidas como ricas, bem sucedidas ou famosas que vivem como pobres, fracassadas ou sozinhas.
Quanto mais se descuida o vazio interior mais ele parece ganhar proporções desmesuradas e acaba por parecer um "black hole" insaciável.
Ora, essas pessoas somos tu e eu.