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Os finais de junho e inícios de julho são tempos felizes de ordenações e missas novas. Pelo menos no nosso país, devido aos ritmos escolares e pastorais, estas celebrações têm o sabor de uma igreja em movimento e renovação de servidores.
Um garoto perguntou um dia ao avô: “Qual é o tamanho de Deus?” Indicando ao neto um avião que passava alto no céu, perguntou-lhe o avô: “Qual o tamanho daquele avião que passa lá alto?” “É bem pequenino!”, respondeu o petiz.
O provérbio é antigo: “Não deixes que cresça a erva no caminho, que vai da tua casa à casa do teu vizinho”! E bem sabemos que, quando não há caminhos para unir pessoas e terras, é preciso abri-los, cuidar deles, falar deles a todos, pois a morte antecipada é a do isolamento e da auto-suficiência.
Fazer pontes é um trabalho árduo. Unir margens, atravessar abismos, galgar distâncias é fruto de engenharia e sonho, de risco e trabalho. Os muros podem servir de defesa, mas são as pontes que geram crescimento e comunhão.
Assim Diogo Piçarra canta: “Ficarei contigo até ao fim / Até ao fim”, e Carolina Deslandes parece responder: “Dissemos que era amor para a vida toda / Que era contigo a minha vida toda / Que era um amor para a vida toda”.
Se nos perguntassem “o que faz falta…, a mim, e ao mundo”, as primeiras respostas seriam tão diversas quanto as pessoas questionadas. Se a pergunta fosse repetida, depois de cada resposta dada, certamente encontraríamos muitas respostas comuns, quando não mesmo duas ou três “faltas” fundamentais.
Há três gritos que fazem eco nas celebrações da Páscoa. Três gritos dirigidos a Jesus: o primeiro de aclamação, o segundo de raiva e ódio, e o terceiro de alegria jubilosa. Gritos de homens e mulheres, de multidões diferentes mas tão próximas, de pessoas anónimas e conhecidas, gritos meus também.
Foi no coração da noite que Nicodemos procurou Jesus. Talvez porque a noite cria espaço para as questões difíceis, ou é prelúdio de uma aurora que ilumina tudo? A passagem das trevas à luz no relato da criação marca o caminho humano:
“A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida”. Nesta frase de Vinícius de Moraes “encontro” o fio condutor para esta “procura” que vos ofereço.
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