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a sua tag: "Tempo Comum"
Cortar… De que me serve saber falar, se permaneço em silêncio perante a injustiça? Que proveito me traz a mão direita e a mão esquerda,
A cebola não serve apenas para ser picada ou cortada às rodelas e lançada ao tacho. A sua utilidade não se esgota na cozinha. Prova disso é a sua constante presença na mesa da literatura.
No Evangelho deste Domingo XXV do Tempo Comum, continuamos a ler a chamada «secção do caminho» do Evangelho de Marcos (Ver Domingo XXIV), hoje a passagem de Marcos 9,30-37. Este texto intenso e sublime cai sobre nós como uma faca de dois gumes e envolve-nos em duas vagas avassaladoras:
Mansidão… Permanecer na tranquilidade enquanto o mundo à nossa volta nos apresenta um abismo sem fim. Permanecer de sorriso na face enquanto nos injuriam e nos maltratam. Permanecer no diálogo terno enquanto os outros fecham os ouvidos.
Foi o que mais me surpreendeu durante a viagem. Ali, na rua que dá para a Praça Central, junto à antiga igreja, à direita de quem sobe, em letras bem visíveis, impossíveis de apagar, no edifício que em outros tempos teria sido uma escola primária, ali mesmo, em maiúsculas para que todos pudessem
De tempos a tempos a pergunta ressuscita do estado catatónico, invade o espaço da consciência e torna-se pública: «Maria, porque é que estamos casados?», «Francisco, tu amas-me?», «a que propósito estou nesta faculdade?», «porque é que acordo tão cedo?», «por onde vou?» e por aí adiante.
Resistência… é preciso ser forte e resistir aos ventos contrários que ameaçam a nossa jornada sobre a terra. Saberemos o que nos espera? Saberemos o que a vida quer (realmente) de cada um de nós? Estaremos com as melhores atitudes? Com os gestos certos? Com as palavras no tempo preciso?
Jesus atende sempre a nossa súplica. Mas não do modo que lhe pedimos. Assim: não impôs as mãos ao surdo-mudo, mas tocou com as suas mãos os ouvidos e a língua daquele homem. Entenda-se já este gesto e mais do que este gesto:
A liturgia do 23º Domingo do Tempo Comum fala-nos de um Deus comprometido com a vida e a felicidade do homem, continuamente apostado em renovar, em transformar, em recriar o homem, de modo a fazê-lo atingir a vida plena do Homem Novo.
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