XXV TC: «Que discutíeis no caminho?» - Ano B

Liturgia 22 setembro 2018  •  Tempo de Leitura: 4

Mansidão…
Permanecer na tranquilidade enquanto o mundo à nossa volta nos apresenta um abismo sem fim.
Permanecer de sorriso na face enquanto nos injuriam e nos maltratam.
Permanecer no diálogo terno enquanto os outros fecham os ouvidos.
Permanecer na serenidade enquanto nos apresentam um banquete de más atitudes.
Permanecer na Fé enquanto perdemos de dia para dia a justiça, a integridade,
a forma de vida conforme a conhecemos.

 

Mansidão é tudo isto e muito mais!
Não há sinónimo para o “Ser Manso” e a humanidade confunde Mansidão com fraqueza!
Jesus é o Manso mais que perfeito… é a Mansidão em carne e osso,
que deixou rasto para todos aqueles que O querem seguir.

 

Enquanto as palavras de ordem são:
«Armemos ciladas ao justo…»; « Vejamos se as suas palavras são verdadeiras…»
«Provemo-lo com ultrajes e torturas…»; «Condenemo-lo à morte infame…»
S. Tiago responde com Mansidão:
«Mas a sabedoria que vem do alto é pura, pacífica, compreensiva e generosa, cheia de misericórdia e
de boas obras, imparcial e sem hipocrisia. O fruto da justiça semeia-se na paz para aqueles que praticam a paz.»
E tu? E Eu? O que podemos fazer?
«Senhor, salvai-me pelo vosso nome, pelo vosso poder fazei-me justiça. 
Senhor, ouvi a minha oração, atendei às palavras da minha boca.»
Caímos por terra e rezamos mansamente: «O Senhor sustenta a minha vida.»
Quem tem Deus, tem tudo e quem tudo tem, sem Deus, poderá nada ter…

 

Hoje, a Liturgia do 25º domingo do Tempo Comum, do ano B caminha até nós
por entre torturas, escárnio, mal dizer, invejas, discussões, cobiças, pedidos sem fundamento e guerras banais…
para nos ensinar que a Mansidão só habita em nós, enquanto somos crianças:
«Quem receber uma destas crianças em meu nome é a Mim que recebe;
e quem Me receber não Me recebe a Mim, mas Àquele que Me enviou». 
Para nos dar a oportunidade de sermos pequeninos como os insignificantes mosquitos, enquanto somos grandes:
«Quem quiser ser o primeiro será o último de todos e o servo de todos»

 

Então? Porque continuamos a discutir NESTEcaminho?
Tudo de bom nos é dado… Tudo de bom vem até nós,
quando no nosso coração habita o Amor ao Pai e ao Seu infinito projeto de Amor por cada um de nós…
O que me falta? O que me deixa sem força e sem vontade de aceitar os desafios que me assaltam?
Falta-me aprender a viver a Esperança na Alegria!
Falta-me aprender a viver a Esperança com uma Fé plena!
Falta-me ser Mansidão e ficar parado…
Como o cordeiro que permanece sereno, a contemplar, o leão que vem para o atacar.

 

Hoje, quero assumir um compromisso de Fé perante o meu Senhor e o meu Deus.
De joelhos, em frente ao sacrário;
de pé perante qualquer dificuldade que, por ventura, possa surgir;
em casa, no silêncio da noite ou na confusão sadia da partilha do pão…
Quero ter o último lugar na fila para ver Jesus e ser o primeiro a dizer:
“SIM! Eu quero permanecer em TI, Senhor Deus do Universo!
Enfrentar os desafios da vida com um Amor infinito e com a confiança de que:
«…Alguém virá socorrer-me.»
SIM! Eu aceito ser Criança e permanecer na Mansidão!”

Liliana Dinis

Cronista Litúrgica

Liliana Dinis. Gosta de escrever, de partilhar ideias, de discutir metas e lançar desafios! Sem música sente-se incompleta e a sua fonte inspiradora é uma frase da Santa Madre Teresa de Calcutá: “Sou apenas um lápis na mão de Deus!”
Viver ao jeito do Messias é o maior desafio que gosta de lançar e não quer esquecer as Palavras de S. Paulo em 1 Cor 9 16-18:
«Porque, se eu anuncio o Evangelho, não é para mim motivo de glória, é antes uma obrigação que me foi imposta: ai de mim, se eu não evangelizar. (…) Qual é, portanto, a minha recompensa? É que, pregando o Evangelho, eu faço-o gratuitamente, sem me fazer valer dos direitos que o seu anúncio me confere.»

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