Missa em Santa Marta: Não peças a Deus o que não dás aos outros

Vaticano 7 março 2018  •  Tempo de Leitura: 2

Atenção ao rancor que faz ninho no coração: na missa a que presidiu esta manhã, no Vaticano, o papa advertiu para o perigo da escravização ao ódio e recordou que o primeiro passo para se ser perdoado por Deus é o reconhecimento das faltas próprias.

 

«A acusação de nós próprios é o primeiro passo para o perdão», apontou Francisco, acrescentando: «Acusar-se a si próprio faz parte da sabedoria cristã; não, acusar os outros, não. A si próprio. Eu pequei.»

 

Em tempo da Quaresma, especialmente propício ao arrependimento e mudança de vida, o papa sublinhou: «Quando nós nos aproximamos do sacramento da Penitência, ter isto em mente: Deus que é grande deu-nos tantas coisas, e infelizmente eu pequei, eu ofendi o Senhor e peço salvação».

 

Deus «acolhe o coração contrito», apontou Francisco, referindo-se à oração de Azarias, personagem evocado na primeira leitura da Bíblia proclamada nas missas desta terça-feira (Daniel 3, 25.34-43).

 

«“Não há desilusão para aqueles que confiam em ti”, o coração contrito que diz a verdade ao Senhor: “Eu fiz isto, Senhor, pequei contra ti”. O Senhor tapa-lhe a boca, como o pai ao filho pródigo; não o deixa falar. O seu amor envolve-o. Perdoa tudo», afirmou.

 

A misericórdia divina, todavia, supõe uma condição: «O perdão de Deus surge fortemente em nós na condição de nós perdoarmos aos outros. E isto não é fácil porque o rancor faz o ninho no nosso coração e há sempre esse azedume».

 

«Muitas vezes trazemos connosco o elenco das coisas que me fizeram: “Aquele fez-me isto, fez-me aquilo, fez-me aqueloutro.»

 

A concluir, Francisco sintetizou as convicções cristãs sobre a misericórdia de Deus: «Estas são as duas coisas que nos ajudarão a compreender o caminho do perdão: “Tu és grande, Senhor, infelizmente pequei” e “sim, Eu perdoo-te, setenta vezes sete, na condição de que tu perdoes os outros”».

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