Papa: «O desafio é que a inclusão se torne mentalidade e cultura»

Vaticano 29 setembro 2018  •  Tempo de Leitura: 3

«O desafio é que a inclusão se torne mentalidade e cultura, e que os legisladores e governantes não façam faltar a esta causa o seu apoio coerente e concreto», sublinha o papa na mensagem para o 60.º Dia Mundial do Surdo, publicada hoje.

 

Francisco vinca que «entre os direitos a garantir não sejam esquecidos o do estudo, do trabalho, da casa, da acessibilidade nas comunicações».

 

«Por isso, enquanto se leva por diante com tenacidade a luta imperiosa contra as barreiras arquitetónicas, é preciso o compromisso para abater todas as barreiras que impedem a possibilidade de relação e de encontro em autonomia, para chegar a uma autêntica cultura e prática de inclusão. Isto vale quer para a sociedade civil, quer para a comunidade eclesial», observa.

 

O texto manifesta o desejo de que em todas as dioceses as pessoas com surdez «sejam plenamente inseridas na comunidade cristã e cresça nelas o sentido de pertença», o que requer «uma pastoral inclusiva nas paróquias, associações e escolas».

 

«O primeiro lugar de inclusão é, porém, como sempre, a família. Portanto, também neste caso, as famílias com pessoas surdas são protagonistas da renovação da mentalidade e do estilo de vida».

 

Depois de assinalar que muito tem sido feito para «fazer crescer o acolhimento, a inclusão, o encontro, a solidariedade», continua ainda muito a fazer «para a promoção das pessoas surdas, ultrapassando o isolamento de muitas famílias e resgatando quantos são ainda objeto de inaceitáveis discriminações».

 

O texto salienta também a importância de as pessoas, no caso com uma deficiência, se unirem: «Ser e fazer associação é em si mesmo um valor. Não sois uma soma de pessoas, mas associastes-vos para viver e transmitir a vontade de acompanhar e apoiar quem, como vós, está em dificuldade, mas é antes de tudo portador de uma inestimável riqueza humana».

 

«Hoje há muita necessidade de viver com alegria e compromisso a dimensão associativa: estar unidos e solidários, encontrar-se, partilhas as experiências, sucessos e fracassos, colocar em comum recursos, tudo isto contribuir para acrescentar o património, humano, social e cultural de um povo», destaca.

 

As associações, assinala Francisco, «estimulam todos a fazer comunidade, melhor, a ser comunidade», acolhendo «limites» e «cansaços», mas também «alegrias» e «sorrisos». «Porque todos temos capacidades e limites.»

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