Todos nós experimentamos a vida acelerada do dia-a-dia:

os horários inflexíveis, as correrias para os transportes, os nervos à flor da pele, a ansiedade que cresce, a raiva contida, o grito abafado, o coração que pulsa a um ritmo demasiado rápido e, no meio desta vida de pressas, afazeres e compromissos, há uma vontade enorme de acalmar e mudar.

Todos nós já passamos por diversas mudanças na nossa vida que geralmente afetam mais a dimensão material da nossa existência, embora as dimensões relacionais – connosco e com outros - possam também ser afetadas: mudar de trabalho, de casa, de carro, estilos de penteados, modas de roupa e outros apetrechos.

Nascemos para o eterno, mas gratuitamente adquirimos teimosia que nos faz acreditar que a nossa existência se resume e se centra naquilo que temos, sejam eles bens materiais, títulos académicos, ideias e pensamentos… 

Na verdade, a mudança estrutural e sólida que somos desafiados a realizar cada dia é a mudança interior. Nas ruas escuras da nossa existência somos chamados a pedir Luz. Uma Luz que vem sem impostos acrescidos, sem preço estipulado, sem propostas em tabelas, sem concorrência entre empresas, mas uma Luz que nos é oferecida gratuitamente e plenamente em cada dia.

Nos becos sem saída somos convocados a encontrar soluções e respostas. E essas estão bem dentro de nós e só precisam da coragem e da verdade para as encontrarmos.

Nas avenidas estreitas somos convidados a alargar os horizontes do olhar para o infinito e o eterno, onde sabemos que não há traça que chegue aos tesouros que aí depositamos.

Sabemos que uma mudança pode trazer dor e o quanto temos que nos desapegar quando a ela somos chamados. Mas sabemos também que as mudanças estruturais da nossa existência interior trazem a possibilidade de uma maior autenticidade. E desta resulta a paz.

Quando tudo muda a partir de dentro, somos mais em verdade.