Vir à terra e (não) viver
Não somos fruto de pó de perlimpimpim, mas de um sonho maior e infinito d’Alguém que quer o nosso maior bem e nos ama infinitamente. Sempre!
Acredito profundamente que a cada um e a cada uma de nós foi dada a oportunidade de uma viagem – longa ou breve no tempo cronológico, mas única e irrepetível – de saborear a vida plena, numa matéria que é o nosso corpo.
E esta vida é feita de pessoas, escolhas, lugares, idiomas, cheiros, memórias, pensamentos, ações, sorrisos, lágrimas, encantos e desencantos, medo, coragem e determinação…tanto a inventariar!
Penso que o maior desafio que se nos coloca em cada dia é a possibilidade de nos (re)criarmos. Como no dia da nossa fecundação. Esse momento Divino!
(Re) criar passa pela decisão de não nos deixarmos envolver demasiado pelas pré-ocupações da vida, pela possibilidade de escolhermos não ser o exterior a determinar as nossas decisões mais íntimas e mais estruturantes. (Re) criar passa por manter a agenda da vida sem espaço para o que não lhe acrescenta vida. E sobretudo paz. (Re) criar passa por não corre o risco de viver adormecida, anestesiada ou apressada, sem tempo para que a vida manifeste as carícias das suas supressas providenciais.
A vida tem uma melodia nem sempre harmoniosa, mas que, ainda assim, nos pode abrir sempre uma porta para o divino e o eterno. E é a escolha de entrar ou não por essa porta que nos pode ajudar a não viver…ou a viver! E ter como horizonte uma vida (com)sentida, porque fecunda!